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domingo 1 dezembro 2024
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Volkswagen cancela layoff na fábrica de Taubaté após negociação com Sindicato

A Volkswagen cancelou o layoff previsto para agosto na fábrica de Taubaté. O anúncio foi feito pela montadora neste domingo, 23, após a melhora no desempenho de vendas e negociação para troca da ferramenta de flexibilização com o Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região).

Dessa forma, ao invés da suspensão dos contratos de 800 trabalhadores por até cinco meses, serão aplicados 10 dias de férias coletivas na fábrica a partir de 31 de julho. “Essa é mais uma ferramenta de flexibilidade que inibe qualquer tipo de demissão”, explica o secretário-geral do Sindmetau, Aldrey Candido, o Piu.

O acordo coletivo dos trabalhadores e trabalhadoras da fábrica de Taubaté prevê estabilidade nos empregos até 2025. Atualmente, a fábrica conta com cerca de 3100 funcionários e produz o Polo Track. Além disso, também está prevista a montagem de um novo SUV compacto na planta a partir de 2025.

Cenário do setor

O setor automotivo vem sofrendo o impacto dos altos juros praticados pelo Banco Central. A taxa Selic de 13,75% encarece os financiamentos em um mercado onde a maioria das vendas é feita de forma parcelada. Desse modo, as montadoras têm feito uma série de paralisações nas linhas de montagem para adequar os estoques à demanda do mercado.

Neste ano, a Volks já havia protocolado um pedido de layoff em Taubaté. Inicialmente, a medida estava prevista para junho, mas depois acabou agendada para julho. Com o lançamento do programa de carros populares pelo Governo Federal, a montadora chegou a anunciar que não adotaria mais a suspensão dos contratos neste ano.

Contudo, com a manutenção da taxa Selic, os planos foram novamente ajustados. Entre 26 de junho e 3 de julho, os trabalhadores ficaram fora da produção por meio de shutdown e dayoff, retornando no último dia 4 de julho. Logo depois, a montadora voltou a anunciar o layoff para agosto, medida que agora foi revertida em férias coletivas.

Avaliação

“Enquanto os juros continuarem altos, todo o setor ainda estará sujeito a paradas temporárias. Os indicadores da economia já permitem uma redução na taxa de juros, mas o presidente do Banco Central parece disposto a sabotar os empregos no Brasil”, afirma o presidente do Sindmetau, Claudio Batista, o Claudião.

O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, realiza a próxima reunião para definir a Selic no dia 1o de agosto. O presidente do Sindmetau destaca que uma comissão de metalúrgicos apresentou em julho um pedido de impeachment do presidente do Banco Central. Nesse sentido, um documento foi entregue no Senado Federal em Brasília.