Diante da baixa adesão dos grupos prioritários, Ministério da Saúde decidiu estender a imunização a quem tem a partir de 6 meses
O Ministério da Saúde autorizou estados e municípios a oferecer, a partir de segunda-feira, 15, a vacina da gripe a toda a população a partir de 6 meses de idade.
Até então, o imunizante estava disponível somente para os grupos prioritários — idosos, gestantes, indígenas e crianças —, embora algumas cidades, como o Rio de Janeiro, já o tivessem liberado para a população em geral.
A decisão do governo ocorre em meio à baixa cobertura vacinal da gripe entre os grupos prioritários, passado mais de um mês após o início da campanha.
Entre os idosos, apenas 34,69% haviam se vacinado até esta sexta-feira; gestantes, 26,32%; trabalhadores da saúde, 27,60%; crianças, 19,92%; e indígenas, 16,64%.
“Com a ampliação da campanha, o objetivo é expandir a cobertura vacinal contra a gripe antes do inverno, quando as infecções respiratórias tendem a aumentar”, disse o ministério em um comunicado.
A disponibilização das vacinas da gripe a toda a população, todavia, depende dos estoques de cada município. O Ministério da Saúde distribuiu 80 milhões de doses para a campanha deste ano.
A vacina aplicada pelo SUS, produzida pelo Instituto Butantan, é trivalente, ou seja, protege contra três cepas do vírus influenza, que tendem a circular mais durante este outono e no inverno.
As cepas contidas na vacina são:
• A/Sydney/5/2021 (H1N1)pdm09 b;
• A/Darwin/9/2021 (H3N2) c; e
• B/Áustria/02/1359417/2021 (linhagem B/Victoria).
Agora, com a vacina bivalente contra a Covid-19 também liberada para toda a população com 18 anos ou mais, é possível tomá-la junto com a da gripe.
O Ministério da Saúde salienta, em informe técnico, que “a vacina influenza pode ser administrada na mesma ocasião de outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação e também com outros medicamentos, procedendo às administrações com seringas e agulhas diferentes em locais anatômicos distintos”.
São necessárias de duas a três semanas para que os anticorpos contra a gripe produzidos a partir da vacinação comecem a garantir alguma proteção. O pico máximo deles ocorre de quatro a seis semanas após a imunização.
A vacina contra a gripe é fundamental para evitar o agravamento de casos, especialmente entre as pessoas dos grupos prioritários, como idosos e crianças, que têm mais risco de desenvolver quadros graves.
Em 2022, o Ministério da Saúde contabilizou mais de 10,5 mil internações por síndrome respiratória aguda grave causadas pelo vírus influenza. No mesmo período, 1.348 óbitos por complicação respiratória foram associados à gripe.