Começo de carreira da fotojornalista (Foto: Divulgação)
19 de agosto – Dia Mundial da Fotografia
Aos 104 anos, nascida em Tóquio, dia primeiro de setembro de 1914, Tsuneko Sasamoto, é considerada a primeira repórter-fotográfica do Japão. O início de sua carreira, aos vinte e cinco anos, foi espelhado na destacável fotógrafa estadunidense do século XX, Margaret Bourke-White (1904-1971) que disse: “nesta minha experiência, houve uma maravilha contínua: o timing de precisão que funciona através de tudo… por alguma graça especial do destino me foi depositado – como todos os bons fotógrafos gostam de estar – no lugar certo na hora certa.”
Exposição fotográfica de Tsuneko Sasamoto aos 101 anos (Foto: Divulgação)
No Japão o desempenho da mulher era limitado, numa época, em que a sociedade era de tradição patriarcal arraigada e monárquica. No desafio de uma visão lógica de distorções das primeiras décadas do século passado, Tsuneko Sasamoto, projetou-se em uma grande fotojornalista. “Quando eu era jovem, geralmente me falavam – você é só uma mulher, como pode pensar em ser uma fotógrafa? – mas depois vi a fotografia de Margaret Bourke-White e soube que poderia ser tanto quanto ela algum dia”, contou a fotógrafa ao Artscape Japan.
Escola de gueixas, 1951 (Foto: Tsuneko Sasamoto)
Em 75 anos de carreira, Tsuneko Sasamoto documentou o Japão nos períodos de ante e pós-guerra, em momentos históricos e políticos, além de fatos inéditos relacionados à cultura japonesa. Ao completar cem anos de idade, montou a exposição 100 Women. A mostra fotográfica comemorou a força e conquistas das mulheres japonesas durante as eras Meiji e Showa (1926-1989), em meio a uma circunstância discriminatória. “Até depois da segunda guerra mundial, as mulheres japonesas encararam discriminação e não tinham poder.
Elas não tinham o direito de votar e eram tratadas como crianças. Mas, ainda assim, havia mulheres que tinham empregos e estavam criando famílias. Eu tenho tanto respeito por elas e retratá-las se tornou uma paixão”, contou Tsuneko Sasamoto à NHK World.
Depois de seu aniversário de cem anos, [ela], começou a fotografar flores em homenagem às pessoas amigas que já faleceram. “Hana akari”, ou “brilho das flores”, é o nome do projeto.
Tibério de Sá Leitão – Jornalista