Como católico fico me perguntando o que leva um parlamentar a utilizar-se da tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo para lançar graves ofensas contra o Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, toda a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e o Papa Francisco, chamando-os de “safados”, “vagabundos” e “pedófilos”? Pois por mais absurdo que possa parecer foi o que fez o deputado estadual Frederico D’Avila no dia 14 de outubro e que acabou repercutindo em todo o país e até no exterior, tal a grosseria de seu discurso cheio de ódio e descompostura.
Trata-se de um caso gravíssimo e criminoso de intolerância religiosa, inadmissível sob todos os aspectos. Esse deputado precisa ser exemplarmente punido, inclusive com um processo de cassação de seu mandato. O que ele fez não pode ficar impune. É muito triste ver um político, para bajular o presidente, lançar ofensas contra instituições e religiosos católicos.
Pátria amada é respeitar as instituições democráticas e religiosas do País. Pátria armada representa a intolerância, o ódio, o caos.
Ofender a CNBB, o Papa e membros da Igreja Católica é blasfemar contra a fé do povo brasileiro. O Brasil é, com muita honra, o maior país católico do mundo e isso certamente causa inveja e irritação a determinados setores e pessoas.
Eu me orgulho de ser católico. Orgulho de nosso Santo Papa, que como sucessor de Pedro conduz a verdadeira Igreja com amor e bondade. Orgulho de nosso Arcebispo, Dom Orlando, que do Arcebispado de Aparecida une o Brasil pela fé, pela oração.
Como sindicalista e católico que sou, membro das Equipes de Nossa Senhora e também membro da Família dos Devotos do Santuário Nacional de Aparecida, jamais poderei ficar calado diante dessas afirmações fascistas. O fascismo tem como objetivo desmoralizar e desacreditar as instituições democráticas de um país, assim como atacar a Igreja.
Fomos todos ofendidos e exigimos punição para esse deputado. Fiquei feliz em ver que o meu amigo Padre Afonso Lobato, deputado estadual suplente e que até poucos dias esteve investido no cargo, já reuniu-se com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Carlão Pignatari, juntamente com o bispo de Mogi das Cruzes, Dom Pedro Luiz Stringhini, o assessor da CNBB, Padre Paulo Renato de Campos, e os deputados Reinaldo Alguz, André do Prado e Emídio de Souza, tratando desse caso. Na oportunidade foi entregue uma Carta de Repúdio da CNBB e da Diocese de Taubaté, pedindo providências para que o deputado que proferiu essa série de absurdos contra o Papa Francisco, a CNBB e o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, receba a devida punição pelo discurso odioso na tribuna da Assembleia.
Que Deus e Nossa Senhora Aparecida protejam a Nação Brasileira contra os detratores de nossa Igreja e os negacionistas, que tanto mal fizeram ao nosso povo, escarnecendo sobre os mais de 600 mil mortos da pandemia.
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Carlos Dionísio de Morais, advogado trabalhista, juiz classista aposentado da Justiça do Trabalho, e presidente do Sindicato dos Comerciários de Taubaté e Região.