O IBGE divulgou ontem um relatório que mostra o trabalho infantil. Não houve crítica no texto, mas apenas a constatação de que crianças no Brasil trabalham. São garotos e garotas entre 5 e 17 anos, que passam parte de seus dias, ou cuidando de pessoas, ou fazendo afazeres domésticos, ou ainda produzindo para si próprios, ou seja, para seu próprio consumo.
Não existe lei que diga por quanto tempo a criança ou o adolescente pode trabalhar por dia, mesmo porque o trabalho infantil é proibido e também porque o trabalho pesado infantil precisa ser erradicado. A contestação fica por conta de que esse contingente infantil que trabalha em casa não recebe salário.
As meninas dedicam mais de 12 horas por semana dentro de casa, e os meninos, 8 horas por semana. Cerca de 25% não vai à escola, mas 90% de algumas faixas etárias vão.
Não mudou nada, a não ser o enfoque social do trabalho infantil ou do adolescente. Há 50 anos, meninas ajudavam a arrumar a casa, estendendo as roupas de cama, lavando a louça, ou ficando com a avó idosa em casa ou ainda cuidando dos irmãos mais novos. Meninos também faziam isto, em menor proporção. Hoje também é assim. Onde está o problema? Acho que no fato de que hoje achem que quem trabalha em casa deve receber salário -´da mãe ou do pai. É isto?
Por Iára de Carvalho – Jornalista
30/11/2017