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terça-feira 26 novembro 2024
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Trabalhadores na LG aprovam proposta que será levada para negociação no TRT

Os trabalhadores e trabalhadoras na LG aprovaram uma proposta de indenização que será levada para negociação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). A votação ocorreu em assembleia na fábrica nesta quarta-feira, 28.

A proposta prevê um valor global de cerca de R$ 37,5 milhões para as indenizações, com os valores individuais para cada trabalhador sendo calculados segundo o tempo de casa e o salário do funcionário.

Essa proposta chegou a ser apresentada pelo TRT em audiência de conciliação na Justiça realizada nesta terça-feira, 27. Em um primeiro momento, não houve concordância da LG sobre valores e a sessão terminou sem acordo.

“A LG está irredutível. Ela quer que o caso vá para julgamento. Para ela, as negociações estão finalizadas. O Tribunal sugeriu essa proposta e o Sindicato se colocou à disposição para trazer a proposta para apreciação dos trabalhadores. Agora, nós vamos notificar o Tribunal e a LG que essa pré-proposta foi aprovada”, explica o presidente do Sindmetau.

Segundo o presidente do Sindicato, a nova proposta tem um avanço significativo em relação à anterior, que foi reprovada pelos trabalhadores no dia 23 de abril. “A proposta, ao todo, era de R$ 25,7 milhões. Agora ela está em R$ 37,5 milhões”, aponta.

Após o Sindicato notificar o TRT sobre o aval dos trabalhadores à proposta, a LG deve ter um prazo de dez dias para se manifestar no Tribunal. Além da indenização, a proposta também contempla pontos como pagamento da PLR e extensão do plano médico.

Segundo Edilene Toledo, funcionária na LG, os trabalhadores estão confiantes de que a nova proposta avance nas negociações no TRT.

“Acho que contemplou a maioria aqui. Nós que somos do chão de fábrica, achamos que ficou numa média boa para gente. O que a gente tem que esperar agora é o cálculo dos valores para cada funcionário”, comenta.
Enquanto o caso é discutido no TRT, a greve na LG continua, com vigília dos trabalhadores 24 horas na porta da fábrica.

Imagens e sonoras da assembleia no link: https://we.tl/t-LynjS7LXf4

Entenda o caso

Em janeiro deste ano começaram a circular informações no mercado e na imprensa sul-coreana sobre uma possível venda da divisão de celulares da LG. O Sindicato acionou a empresa, mas recebeu ofícios com respostas evasivas. Um pedido de reunião com o presidente da LG também não foi atendido.

Diante do cenário de incertezas, em 26 de março, os trabalhadores aprovaram o estado de greve. No dia 5 de abril, a fabricante sul-coreana disparou um comunicado onde informava o encerramento global da divisão de celulares, alegando que a área acumulava um prejuízo de 4,1 bilhões de dólares.

No dia seguinte, em reunião com o Sindicato, a empresa informou que pretende levar a linha de notebooks e celulares de Taubaté para Manaus. A LG alega que na capital do Amazonas terá terá incentivos fiscais, o que não ocorre no estado de São Paulo.

Com isso, um total de 700 empregos ficaram ameaçados na fábrica de Taubaté. Após reuniões com o Sindicato, a empresa apresentou a primeira proposta de indenização aos trabalhadores. Mas o acordo foi rejeitado em assembleia no dia 12 de abril. Os funcionários aprovaram então o início de uma greve na empresa.

No dia 19 de abril, após uma audiência de conciliação no TRT, os funcionários suspenderam a greve para retomada das reuniões com a empresa. O Sindicato iniciou uma nova rodada de negociações com a LG, resultando na segunda proposta de indenização, que foi rejeitada no dia 23 de abril.

A greve e a vigília 24 horas na fábrica foram então retomadas na segunda-feira, 26. Nesta terça-feira, 27, foi realizada uma nova audiência de conciliação no TRT, que terminou sem acordo.