Os trabalhadores e trabalhadoras na Ford Taubaté confirmaram, mais uma vez, a disposição para lutar pela manutenção dos empregos na empresa. Durante assembleia, realizada na manhã desta terça-feira, 12, eles aprovaram ações para os próximos dias.
Uma vigília com os trabalhadores começou nesta terça-feira na porta da Ford Taubaté. Formados por cerca de 30 trabalhadores, os grupos vão se revezar em frente à unidade da montadora no município.
Uma nova assembleia ocorrerá hoje, 13, às 8h, em frente à Câmara Municipal de Taubaté. O objetivo é sensibilizar os poderes públicos municipais com a situação dos trabalhadores diante da decisão da montadora de encerrar as atividades no Brasil.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), Cláudio Batista, o Claudião, também foi aprovado a realização de plenárias com os trabalhadores para tirar ideias para o plano de luta que a entidade vai fazer.
“Uma das principais ações, também aprovada, é a criação de uma alíquota nos produtos da Ford, caso chegue mesmo no ponto de fechar as plantas no Brasil. Queremos que o governo federal destine esta alíquota a todos os trabalhadores da Ford no país”, explicou o presidente do Sindmetau.
Claudião destacou ainda o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Brasil).
“O presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, está articulando os parlamentares para intervenções junto ao governo federal para viabilizar a criação dessa alíquota.”
Governo estadual
Claudião e diretores do Sindmetau estão reunidos com a Secretária de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Patrícia Ellen da Silva. O encontro ocorre no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.
“Os poderes públicos têm que se posicionar. Não podem ter anuência com demissões como essa. A Ford se utilizou de empréstimos para investir aqui, mas agora anuncia o encerramento das atividades no Brasil para produzir em países vizinhos?”, questionou Claudião.
Tristeza
O aposentado João Luís Fournier acompanhou a assembleia desta terça-feira, 12. Com mais de 40 anos de trabalho na Ford e aposentado há dois, ele disse que está muito triste com o fechamento da montadora no Brasil.
“Fiz minha vida aqui. Entrei como Office boy e passei para a produção, onde trabalhei em várias áreas. É um momento difícil e todos, até os aposentados, deveriam se unir para defender os postos de trabalho.”
Fournier disse que decidiu integrar a mobilização por saber que uma demissão em massa, como a que pode ocorrer com o fechamento da Ford, atingirá os aposentados também. “Sem trabalhadores contribuindo com o INSS, como fica a aposentadoria dos brasileiros?”