Categoria decidiu paralisar atividades após tentativas frustradas de diálogo
Trabalhadores dos Correios de todo o país entraram em greve por tempo indeterminado ontem, dia 18, contra a retirada direitos na folha salarial em meio a pandemia e pela preservação da vida.
A mobilização unifica as duas federações – Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) e Federação dos Trabalhadores em Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Fentect) – que representam os mais de 70 mil funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), vinculada ao Ministério das Comunicações.
A expectativa é uma paralisação a nível nacional. “A gente avalia que diante de todos os ataques já implementados pela direção dos Correios, as atividades ficarão todas paradas. Os trabalhadores que decidem, mas a nossa expectativa é que haja uma adesão e que a gente tenha uma greve fortalecida nos Correios”, pontua José Rivaldo da Silva.
De acordo com as entidades, a administração federal quer retirar 70 dos 79 pontos da convenção coletiva que complementam o salário médio de R$ 1.8 mil dos trabalhadores.
O representante da federação reitera que a categoria não está fazendo greve por benefícios, mas pela manutenção dos direitos estabelecidos pelo acordo coletivo, inicialmente previsto para valer até 2021.
Em outubro de 2019, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve todas as cláusulas da convenção coletiva, com vigência por 24 meses. Porém, a empresa recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu uma liminar que reduziu pra 12 meses. O recurso da categoria ainda corre na justiça, mas desde 31 de julho, os trabalhadores estão sem cobertura do acordo coletivo.
A negociação do novo acordo e da campanha salarial foi iniciada há 50 dias à revelia da categoria, que defendeu que as negociações aconteçam pós-pandemia, mas até agora não houve retorno nas tentativas de diálogo com o governo federal.
“A gente não tem grandes pedidos, nada de absurdo na reivindicação. O problema é que desde o ano passado os Correios querem cortar os direitos e a remuneração dos trabalhadores. O que nós resta é arregaçar as mangas e paralisar a produção”, declara Silva.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) é dirigida atualmente pelo general reformado do Exercito, Floriano Peixoto Vieira Neto.