Os trabalhadores e trabalhadoras na Ford aprovaram a realização de uma carreata em Taubaté na próxima sexta-feira, 12. O ato em defesa dos empregos na montadora terá concentração às 7h na fábrica, com saída prevista para 8h.
A nova manifestação foi definida em assembleia nesta segunda-feira, 8. Por conta da pandemia do coronavírus, a carreata foi considerada a maneira mais segura de realizar a mobilização.
Essa será a segunda carreata em protesto contra a decisão da Ford de encerrar as atividades no Brasil. No último dia 29 de janeiro, cerca de 300 veículos foram de Taubaté até a Basílica de Aparecida.
Justiça
Na assembleia, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau) também informou aos trabalhadores mais detalhes sobre a decisão da Justiça que suspendeu as demissões na montadora.
A liminar foi expedida na última sexta-feira, 5, em resposta a ações movidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Os juízes determinaram que a montadora não realize desligamentos até a conclusão de negociação com os sindicatos.
A Justiça do Trabalho estabeleceu ainda que a empresa não pode suspender o pagamento de salários e licenças durante as negociações. Também determinou que a montadora não faça propostas individuais ou pratique assédio moral junto aos trabalhadores.
Para o presidente do Sindmetau, Claudio Batista, o Claudião, a decisão judicial fortalece os trabalhadores na mesa de negociação com a Ford. “Nós temos que utilizar todas as ferramentas possíveis. Essa decisão equilibra as forças na mesa de negociação”, afirmou.
Para o metalúrgico Jopas Nunes, há 16 anos na Ford, a decisão da Justiça renova o ânimo dos trabalhadores na luta pelos empregos. “Isso dá uma força para nós. Estamos aí na luta. Vamos fazer carreata, vamos fazer o que for preciso.”
Reuniões
O Sindicato também atualizou os trabalhadores sobre as próximas reuniões com a Ford. Nesta segunda-feira, está prevista uma videoconferência com a direção global da montadora.
Segundo o coordenador sindical na Ford, Sinvaldo Cruz, o Sindicato vai defender a posição prioritária dos trabalhadores neste momento: reverter a decisão da Ford de encerrar a produção no país.
“Essa é mais uma discussão importante para nós, trabalhadores. Vamos estar reunidos com a direção dos Estados Unidos para colocar nossas reivindicações. E também para entender, da parte deles, o que é possível fazer para manter as fábricas de Taubaté, Camaçari e Horizonte”, explicou.
