Incorporação de drogas que agem diretamente no tumor foi aprovada, mas ministério não definiu distribuição; OUTRO LADO: governo diz que disponibilização efetiva deve ocorrer até o final de agosto
Há 20 anos, as terapias disponíveis no SUS para tratamento de câncer de mama metastático são as mesmas, o que dificulta o acesso a drogas inovadoras e com redução de efeitos colaterais.
Uma nova classe de medicamentos teve a aprovação pelo Conitec, comissão responsável por definir o rol de tratamentos incluídos no SUS. Porém, passados 600 dias da medida, o Ministério da Saúde ainda não definiu como será feita a incorporação da terapia e a distribuição para os hospitais e serviços de saúde públicos do país. Em geral, o prazo para fazer essa avaliação é de 180 dias após o aval do comitê.
As terapias inovadoras sao uma classe de medicamentos conhecidos como inibidores de CDK, ou inibidores de ciclina. Elas agem diretamente sobre os tumores de mama do tipo HR+/HER2. Em estudos globais, elas aumentaram progressivamente a qualidade de vida das pacientes e aumentaram o tempo de sobrevida sem progressão da doença.
São três medicamentos incluídos nesta classe: o palbociclibe, da Pfizer, o abemaciclibe, da Eli Lilly, e o ribociclibe – este último, da farmacêutica Novartis, teve os resultados de um estudo global apresentados no congresso da sociedade americana de oncologia clínica (ASCO na sigla em inglês) em maio, com redução de até 25% da recorrência do tumor.
As drogas foram incorporadas no rol da ANS (Agencia Nacional de Saúde Suplementar) em abril de 2021. Desde então, beneficiárias dos planos de saúde conseguem as terapias diretamente pelo convênio. Pacientes que dependem do SUS, no entanto, continuam sem acesso ou precisam pagar do próprio bolso. O custo do tratamento que é mensal, pode chegar a R$ 21 mil pela caixa com 21 comprimidos.