• Adilson Mota
Segundo o dicionário Michaelis telepatia significa “capacidade que se pretende possuam algumas pessoas de transmitir e receber pensamentos a distância, sem que façam uso dos sentidos naturais”. O pensamento é a linguagem do Espírito. Não é formado por palavras, nem imagens, nem nada que tenha uma expressão material. É a forma universal de comunicação, que pode ser entendida por qualquer Espírito em qualquer lugar em que esteja. Sabemos que os encarnados podem comunicar-se de Espírito a Espírito durante o sono quando se encontram desprendidos do corpo adormecido. Há a possibilidade também de comunicarem-se mesmo em estado de vigília, conforme explicaram os orientadores espirituais de Kardec.
420. Podem os Espíritos comunicar-se, estando completamente despertos os corpos?
“O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, se bem que mais dificilmente. “ (O Livro dos Espíritos)
O organismo físico é um empecilho a esse tipo de comunicação devido à sua densidade. Mesmo assim, certas pessoas possuem essa faculdade relativamente desenvolvida pela qual seus perispíritos se expandem significativamente e quando tocam os fluidos perispiríticos de outrem conseguem permutar impressões e pensamentos “que dá causa a que duas pessoas se vejam e compreendam sem precisarem dos sinais ostensivos da linguagem”. (O Livro dos Espíritos, comentário à questão 421) E complementa Allan
Kardec: “Poder-se-ia dizer que falam entre si a linguagem dos Espíritos”.
Alguns telepatas são mais habilitados a captar o pensamento alheio. Outros são melhores emissores. E ainda outros conseguem fazer bem as duas coisas. Há aqueles que por uma espécie de simpatia especial se comunicam entre si telepaticamente, às vezes com muita facilidade e precisão. Essas são raras, embora a faculdade telepática seja comum a todas as pessoas. Dir-se-ia que todos nos comunicamos uns com os outros de Espírito a Espírito, apesar de não percebermos, permanecendo essas relações a nível profundo só entendível e percebido pelo Espírito não chegando à consciência de vigília.
No processo de interação telepática dificilmente há uma perfeita captação daquilo que está passando na mente do outro. Os pensamentos podem ser percebidos mesclados ou não às emoções relativas aos mesmos, com mais ou menos detalhes, com maior ou menor precisão. Por exemplo: suponhamos alguém que está passando por momentos de tristeza relativos ao falecimento de um ente querido. Um telepata menos desenvolvido captará somente uma ideia de perda, sem saber definir a que se refere. Um outro perceberá a angústia que o acompanha relacionando-a à morte de alguém. Um sensitivo mais capacitado “verá” a imagem do enterro, as pessoas que estavam presentes, identificarão o morto e ainda poderá descrever como eram as relações entre os dois.
Essa é mais uma faculdade que revela a capacidade de emancipação do encarnado e que nos capacita a entrar em contato com outros através do pensamento, de Espírito a Espírito. Mostra o quanto a mente, como atributo da alma, pode funcionar independentemente dos sentidos físicos.
Telepatia
abr 11, 2018Bruno FonsecaColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em TelepatiaLike