Existem coincidências entre as Mitologias. A morada dos Deuses, em muitas delas, reside em Montanhas. Os Deuses Gregos moravam no Olimpo. Rei Arthur tinha um castelo medieval em um local alto. Os Deuses Nórdicos, Valhala.
A combinação das Mitologias Greco-romana, Arthuriana e Nórdica deu origem a quase tudo que foi correlacionado no século XX.
Os Deuses Nórdicos possuem uma espada encravada em algum local abaixo da superfície. Rei Arthur retira a Excalibur encrustada em uma bigorna ou em uma pedra.
Valhala ainda oferece mais imaginação: além do ouro do Rio Reno, tem o Anel dos Nibelungos. As variedades de personagens, tanto no Rio Reno, quanto subterrâneos, além das Valquirias que voam em seus cavalos, nos remetem à Teogonia dos Deuses Gregos, ou seja, à origem do que se tornou o Olimpo ou o Panteão Romano.
Enquanto os mortos em batalha entre os antigos gregos se transformavam em Deuses no Olimpo, os soldados mortos durante a vigência de Valhala eram transportados pelas Valquirias que os levavam em seus cavalos, mas eram igualmente deificados quando chegavam na montanha dos Deuses.
Entre todas as Mitologias há um certa tentativa de elevação espiritual, com exceção da construção de Valhala.
Valhala foi construída quase inadvertidamente com o ouro retirado do Rio Reno.
O compositor Wagner dedicou grande parte de sua vida ao desenvolvimento da “Tetralogia do Anel dos Nibelungos”.
A primeira Ópera diz respeito à apresentação dos Deuses e demais habitantes, envoltos em lendas.
As três sereias do Rio Reno são os seres que mais chamam a atenção. Recentemente, construíram um teatro dentro de uma antiga pedreira em Dalhala, onde o palco fica separado da plateia por um pequeno lago.
O Ciclo Wagneriano foi então, apresentado. A primeira obra da sequência trouxe a expressão perfeita através da alusão à água do Rio Reno, de onde Wagner extraiu os acordes de ondulação. O apelo à proteção do Ouro do Reno pelas sereias corresponde a um dos momentos mais expressivos da apresentação.
Apesar do apelo, Valhala, a morada dos Deuses fica pronta.
O presságio das sereias sobre o perigo em utilizar o Ouro do Reno inadvertidamente é ecoado no Crepúsculo dos Deuses, quarta e última ópera.
O Crepúsculo dos Deuses tem início com uma espécie de suposição que a História não resiste à construção de um mundo em bases não verdadeiras, não sólidas.
Os Deuses Nórdicos são imortais, mas não eternos.
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José Alencar Galvão de França
Formado em Direito pela USP e especialista em Direito Romano pela Universidade de Roma “La Sapienza”.