A cidade grega de Bizâncio dividiu com Roma a responsabilidade de administrar o Império Romano. Constantino, com grande interesse pelo Oriente, viajou até Bizâncio e Jerusalém. Bizâncio se tornou Constantinopla após a sua morte.
O Império Romano ficou assim dividido em duas partes: Ocidente e Oriente. O principal motivo da divisão diz respeito à dimensão que o Império assumiu e também a necessidade de oferecer uma alternativa para sua continuidade em decorrência da constante invasão de tribos germânicas na Península Itálica.
Em uma das invasões, o germano Odoacro destronou Rômulo Augusto, último imperador do Ocidente. Ao contrário do que possa parecer, os invasores germânicos valorizavam a cultura romana e a religião Cristã. Odoacro pagou pensão para Rômulo Augusto e lhe ofereceu uma vila para morar.
Foi assim, em 476 d.C. o fim de Roma do Ocidente. A cidade entrou em declínio e somente ressurgiu no final da Idade Média.
Roma passou para Constantinopla, também conhecida como Roma do Oriente, a administração do Império Romano, mas legou muito mais.
Assim como Otávio Augusto, sobrinho de Júlio César, com o título de PRINCEPS de 27 a.C. até 14 d.C. pacificou todas as províncias do Império que ainda estavam em conflito, dando início ao que ficou conhecido como PAX ROMANA, o Imperador Justiniano, a partir de 527 d.C. em Constantinopla deu início a um longo reinado e fez de Constantinopla o centro do mundo.
Justiniano lutou para preservar o Direito Romano através do que ficou conhecido como CORPUS IURIS CIVILIS e construiu a Igreja de Santa Sofia. Constantinopla dividiu com Roma a missão de difundir o Cristianismo.
Assim como Roma do Ocidente, Constantinopla ou Roma do Oriente começou a sofrer invasões de tribos otomanos vindas da Península até que em 1453 foi totalmente conquistada.
Os monges de Constantinopla já previam a possibilidade de invasão e começaram a salvar relicários e ícones ortodoxos, além da difusão da liturgia ortodoxa.
Muitas relíquias foram guardadas na Grécia e outras foram enviadas para a Rússia. Moscou se tornaria, consequentemente, a Terceira Roma. É nesta missão que as três cidades devem laborar, no sentido de fazer sobreviver o espírito de luta pela paz.
Roma, Constantinopla e Moscou são depositárias da religiosidade e pacificação que devem nortear o final dos conflitos na região, como a retirada da invasão da Ucrânia pelos russos e uma solução viável para o Oriente Médio.
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José Alencar Galvão de França
Especialista em Direito Romano pela Universidade de Roma “La Sapienza”