O Mercado de Trajano é uma das construções mais bem preservadas do conjunto dos edifícios do Período Imperial. Abrigava várias funções de Estado e o ponto central da cidade de Roma.
Atualmente, o que restou do Mercado corresponde a uma construção de sete andares nas encostas da Colina Quirinal. Do prédio principal com pátio quadrangular central, restaram apenas as fundações e cilindros dos pilares.
Há notícias que o pátio central do Mercado de Trajano seria o marco zero da cidade de Roma e de todo o Império.
O Mercado de Trajano ou Forum de Trajano é a última das construções que compreendem o Complexo Público com cada Forum ainda determinado no eixo monumental que separa a Colina Palatina e a Colina Quirinal, cujos edifícios foram construídos a partir de Otávio Augusto.
Infelizmente, foi construída uma avenida e depois uma linha de metrô e recentemente, outra linha de metrô sobre as fundações das edificações. Independente, restou material arqueológico suficiente para poder imaginar como era a vida pública em Roma.
Olhando sob outro prisma, o conjunto arquitetônico é único no planeta. O final do eixo que começa no Coliseu e chega até a Praça Veneza é um dos locais mais impressionantes do sítio arqueológico de Roma.
O sítio arqueológico incorporou a construção de algumas igrejas na Idade Média, que foram preservadas, juntamente com construções renascentistas como o Palazzo Venezia, de onde Mussolini proferia muitos de seus discursos.
O Altar da Pátria, em mármore branco, ecoa sobre as demais construções e evoca o Período Imperial propositalmente, como se o Fascismo precisasse se apoiar no passado para se assegurar.
Ao lado do Altar da Pátria, teria existido um dos Templos de Júpiter. Michelangelo construiu no local um complexo de edificações em perspectiva com uma praça central, no topo da colina, região denominada Campidoglio.
Consequentemente, a região abriga construções de três períodos distintos e significativos da cidade de Roma: a Antiguidade, o Renascimento e o Fascismo.
Da construção semicircular do Mercado de Trajano, é possível ter uma da visão sobre todo o conjunto, desde o Coliseu até o Palazzo Venezia.
Apesar da construção de duas linhas de metrô na região, o trabalho acompanhado por arqueólogos, foi possível recuperar material suficiente para reproduzir em plantas e maquetes o que teria sido o centro do Império Romano.
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José Alencar Galvão de França
Especialista em Direito Romano pela Universidade de Roma “La Sapienza”