O poema “Ash Wednesday”, (Quarta-feira de Cinzas) do escritor inglês T. S. Eliot propõe metaforicamente o sinal da Cruz.
Quarta-feira de cinzas, o primeiro dia da Quaresma, período que antecede a crucificação de Jesus Cristo, reúne cristãos nas igrejas onde são abençoados pelos Padres com a impressão da Cruz sobre a testa.
Gravada em cinzas, a Cruz é desenhada com cinzas resultantes da queima de folhas do Domingo de Ramos do ano anterior.
Começa um tempo de respeito, de contrição, de fortalecimento da Fé.
Quarta-feira de cinzas propõe a salvação através da Fé sobre as cinzas e o pó.
Simbolicamente, o Domingo de Ramos é a saudação para um Deus humilde. E é esta humildade que é resgatada após o Carnaval.
O poema tem citação e intertextualidade nada menos que com o Purgatório de Dante Alighieiri, o que reforça um esforço nas linhas de Eliot de superar a desesperança inicial:
SOVEGNA VOS, seja espirituoso diz Dante Alighieri, avalizado por Eliot.
IN HOC SIGNO VINCES é a tradução latina de uma frase grega, em tradução livre “Com este Signo, vencerás”, em outras palavras, “com esta Cruz, vencerás”.
Diz a tradição, reafirmada pelo historiador Eusébio de Cesareia que o Imperador Constantino, em uma batalha, viu uma cruz acima do sol entrelaçada com as letras X e P, primeiras letras da palavra Cristo, em grego.
Constantino adotou a frase como lema, como alusão à uma jornada espiritual que superaria as guerras.
Desde então, o diagrama tem sido um símbolo que nos remete aos primeiros cristãos e à Fé.
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José Alencar Galvão de França
Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo, especialista em Direito Romano pela Universidade de Roma “La Sapienza”.
