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domingo 22 dezembro 2024
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SPQR – A Guerra da Gália

O que o mundo tem a aprender com o crescimento da extrema-direita na França?

Parece que há na Europa alguns ciclos que se repetem e ensinam, principalmente quando pensamos nas eleições.
Sede das celebrações do dia D, data do desembarque das tropas aliadas na Normandia tendo em vista a libertação da Europa do Nazismo, no último dia 06 de Junho, a França foi o foco da política internacional nos últimos dias.
Hostilizado pela extrema-esquerda, o presidente Macron teve seu nome incluído na Marselhesa, uma honraria indesejada, já que o hino francês é um banho de sangue; em outras palavras, parte do eleitorado francês ambiciona mudanças que o presidente social-liberal não consegue ou não pode oferecer.
De fato, com os presidentes anteriores, a França flertou com um Socialismo mais severo, mas acabou se pacificando com o centrismo do partido Renaissance do atual presidente.
Além da extrema-direita, o presidente teve inúmeros problemas no Movimento dos coletes amarelos, cidadãos não-políticos que visam redução do custo de vida para os extratos de renda com pouco poder de compra, a partir do aumento do salário mínimo e redução do preço dos combustíveis.
E para a extrema-direita?
Para a extrema direita, o motor do crescimento é o reaquecimento do Nacionalismo, um objetivo pouco diáfano para Macron que luta pela União Europeia.
Freios e contrapesos, não somente a França, mas a Alemanha, locomotiva da União Europeia, possuem como objetivo absorver aspectos de Nacionalismo, que ficaram um pouco esquecidos com a valorização da União Europeia.
Independente, no ano de 800, França e Alemanha eram o mesmo país. Interessante beber com cautela na fonte do Nacionalismo, principalmente no momento em que mais que nunca a ligação entre os dois países significa paz, o que foi o principal objetivo dos primórdios da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, primeira organizacional supranacional no continente que direcionou a Europa para sua quase total integração.
Em resumo, as principais ameaças não estão mais no continente.
Vercingetorix foi o chefe gaulês que deu origem no século XX ao personagem de quadrinhos Asterix.
Principal herói dos franceses, Vercingetorix, depois de muita resistência, foi capturado por Júlio César, que aliás não demonstrou nenhuma piedade e o deixou preso em uma prisão em Roma até a data de sua morte.
“Sobre a Guerra da Gália” é um livro que foi escrito por Júlio César que narra os episódios da campanha romana na Gália, do original em Latim “Bellum Galicum”.

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José Alencar Galvão de França
Especialista em Direito Romano pela Universidade de Roma “La Sapienza”