Com criatividade, pessoas podem demonstrar todo seu amor, diz Germann
O secretário estadual da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, pediu que a população do estado comemore o Dia das Mães deste ano de uma forma diferente: ficando em casa. A data será comemorada no próximo domingo (10).
“O Dia das Mães, todos gostariam de comemorar de forma bastante efusiva com seus entes queridos, mas agora estamos vivendo em regime de guerra, em situação anômala dos demais Dia das Mães que tivemos até agora. Nunca o tivemos dessa maneira. Desta vez, não vamos poder comemorar da forma como sempre comemoramos”, afirmou Germann.
Ele disse acreditar na criatividade das pessoas, para que, ficando em casa, possam comemorar a data “de uma forma que seja suficiente para demonstrar o seu amor”.
Balanço
O estado de São Paulo tem hoje 34.053 casos confirmados de coronavírus, com 2.851 óbitos. A taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) é de 68,9% no estado e de 86,9% na região metropolitana da capital. Há ainda 3.457 pessoas internadas em UTI e 5.408 em enfermarias.
A taxa de ocupação de leitos na Grande São Paulo, que na segunda-feira (4) estava em cerca de 89%, apresentou ligeira queda.
Segundo o secretário, isso se deve à disponibilização de novos leitos. “Colocamos novos leitos em toda a rede da região metropolitana, por isso a, taxa de ocupação diminuiu um pouco. Isso nos mostra, porém, que precisamos de mais leitos”, disse Germann.
Com a chegada de uma carga de respiradores, prevista para quinta-feira (7), novos leitos deverão ser instalados. De acordo com o secretário, serão mais 1,8 mil leitos colocados à disposição em breve.
Capacetes pressurizados
O diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas, Carlos Carvalho, disse que a instituição já está preparada para testar em breve a construção de capacetes pressurizados — um tipo de ventilação não invasiva, que não utiliza tubos — que estão sendo produzidos por pesquisadores no país.
Segundo Carvalho, tais capacetes podem ajudar a desafogar os leitos dos hospitais no estado. “Como não temos esses capacetes aqui no Brasil, os pesquisadores estão desenvolvendo modelos nacionais para ser mais uma forma de desafogar nossas terapias intensivas, para que possamos postergar ou nem chegar à necessidade de entubação.”
Os capacetes ainda precisam, no entanto, de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).