Pela primeira vez, mobilização envolve simultaneamente combate a escorpiões e ao mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya
Entre segunda-feira, 8, e sexta-feira, 12, o Estado de São Paulo realiza a Semana de Mobilização contra o Aedes aegypti e escorpiões, inseridos pela primeira vez na estratégia de eliminação de criadouros e prevenção à arboviroses e acidentes (confira balanços e dicas de combate abaixo).
A Semana visa engajar a sociedade civil, municípios e organizações públicas e privadas em atividades focadas na prevenção à dengue, chikungunya e zika vírus, com foco especial no controle da proliferação do mosquito transmissor dessas arboviroses. Além disso, a mobilização visa também reduzir as chances de que a população sofra ataques de escorpiões que, assim como o Aedes, podem se proliferar com maior facilidade no período de chuvas.
Cada município será responsável por desenvolver as estratégias apropriadas para sua localidade, como visitas de agentes às residências e medidas de conscientização da população para adotar cuidados simples e que podem ser feitos diariamente.
“Pedimos a colaboração de todos nesta Semana de Mobilização e que as atividades que realizarmos neste período se tornem parte da rotina da população. Combater o Aedes e também os escorpiões é uma tarefa coletiva”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn.
Arboviroses
O número de casos de dengue está em queda, neste ano. Ainda assim, as ações de eliminação do Aedes são cruciais para reduzir ainda mais os indicadores. Em 2021, até outubro, SP registrou 137,7 mil casos da doença e 54 óbitos. No mesmo período de 2020, foram 192,7 mil casos de dengue e 140 pessoas faleceram pela doença.
Há estabilidade em relação à zika, com 11 casos neste ano e 12 no anterior, sem registro de mortes no período.
Por outro lado, há aumento de chikungunya devido à sazonalidade, pois o vírus não circulou com intensidade nos últimos três anos. São 14,1 mil casos e 4 óbitos neste ano, até outubro. Já em 2020, foram 162 casos, sem mortes.
Estas três arboviroses podem ser prevenidas com a eliminação de criadouros do Aedes. Vasos, pratos de plantas, ralos, lajes, calhas e piscinas são recipientes que registraram aumento nos índices de incidência de larvas. Além deles, caixas d’água, embalagens vazias, entulhos de construção, sucatas, pneus e plantas, ocos de árvore, bambu, por exemplo também são locais possíveis para proliferação. A limpeza adequada e regular, assim como a eliminação destes recipientes em quintais e espaços abertos, são fundamentais para evitar que o mosquito deposite seus ovos.
Escorpiões
Neste ano, até setembro, foram registrados 34.224 acidentes envolvendo escorpiões e 9 óbitos. No ano passado, foram 36.109 casos e 7 óbitos, números que já sugerem a importância de combate ao animal.
As melhores maneiras para evitar ataques são manter jardins e quintais limpos; evitar o acúmulo de entulho, folhas secas e lixo doméstico; manter a grama aparada; sacudir roupas e sapatos antes de usá-los; e usar telas em ralos do chão, pias ou tanques.
Em casos de acidentes por qualquer animal peçonhento, como é o caso do escorpião, é preciso procurar o serviço de saúde mais próximo para receber o tratamento o mais rápido possível. Higienizar o local da picada com água e sabão e aplicar compressa morna auxiliam a reduzir a dor. Se possível, é recomendável capturar o animal e levar ao serviço de saúde, desde que isso feito com segurança e não demore, pois a prioridade é o atendimento médico urgente.
Não deve ser feito torniquete, garrote ou curativo que feche a ferida para evitar infecções; também não espremer ou sugar o local da picada; não aplicar qualquer tipo de substância (álcool, querosene, fumo, ervas, pó de café, terra). Gelo ou água fria acentuam a dor e, por isso, não é recomendado o uso.