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sexta-feira 8 novembro 2024
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Sono e sonhos

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador
Em que consiste o sono e qual a sua finalidade?
O sono é o estado em que o corpo material repousa para refazimento das suas energias físicas.
Esse repouso é absolutamente indispensável porque se a atividade do Espírito, valendo-se do seu instrumento corpóreo, fosse incessante, sem trégua alguma, o corpo seria levado à exaustão e, por consequência, à morte. Foi por isso que Deus, em sua sabedoria, estabeleceu na existência humana esse período de tempo, a que chamamos sono, no qual o corpo físico repousa e pode, assim, reparar suas energias. O sono tem, porém, uma significação muito mais profunda e consequências muito mais amplas no conjunto integral da vida humana. Enquanto o corpo material jaz adormecido, o Espírito se emancipa, se liberta, se afasta do corpo físico, reintegrando-se em suas faculdades perceptivas e ativas, com o que pode agir a distância.
É comum, logo que se desprendem do corpo material, irem os Espíritos, durante o sono, para junto de seres que lhes são afins e mesmo superiores, com os quais viajam, conversam e se instruem. Evidentemente, há muitos que, enquanto o corpo repousa, vão a mundos inferiores à Terra ou a regiões espirituais do próprio planeta onde os chamam velhas afeições, em busca de gozos muitas vezes mais baixos do que os conhecidos em nosso mundo e com os quais se deleitam.
É, pois, graças ao sono corpóreo que os Espíritos encarnados mantêm contato quase permanente com o mundo dos Espíritos, e essa é uma das razões que fazem com que os Espíritos superiores concordem, sem grande repugnância, em encarnar entre nós. Quis Deus que, tendo de entrar em contato com o vício, pudessem eles ir retemperar-se na fonte do bem, a fim de igualmente não falirem. O sono é, portanto, a porta que Deus lhes concede para que possam ir ter com os seus amigos espirituais. É uma espécie de recreio depois do trabalho, enquanto aguardam a grande libertação que os restituirá ao meio que lhes é próprio.
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Já sonhei, no período da tarde, com pessoas que estavam efetivamente acordadas naqueles momentos. Como explicar tal fato? Crianças que são adotadas em tenra idade, após a desencarnação mantêm contato com a família biológica? Durante o repouso físico, o Espírito sempre abandona a vestimenta carnal? Em meados da década de 90, um ator/dublador brasileiro foi morto durante o sono, vítima de um projétil perdido que o atingiu na cama. Li, tempos atrás, que a desencarnação sempre ocorre com a presença do Espírito.

Como explicar tal caso?
1) Quando dormimos, nossa alma liberta-se temporariamente do corpo e podemos assim ter contatos com outras pessoas, encarnadas ou não, estejam estas dormindo ou acordadas. O fato se explica pela capacidade que a alma tem de emancipar-se. O chamado sonho é, então, a recordação do que se deu nesses momentos.
2) Conforme lição assinada por Emmanuel, a criança adotada não é estranha à pessoa que decidiu adotá-la. Já teria havido entre elas um relacionamento no passado e essa é a razão pela qual muitos decidem adotar uma criança que jamais viram e mesmo quando já haviam escolhido um outro tipo de pessoa, levados por um impulso que não conseguem explicar. Com respeito aos pais biológicos, pode ser que haja ou não um relacionamento anterior entre eles e a criança e, sendo assim, um contato posterior à desencarnação entre tais pessoas é perfeitamente possível.
3) Nem sempre a alma se desprende da vestimenta carnal e daí se afasta. Há aquelas que, mesmo durante o sono, parecem que dormem ao lado do corpo. Mas certamente isso deve abranger um pequeno número dentre os encarnados.
4) Não é a desencarnação, mas, sim, o perigo que ameaça a vida de uma pessoa que faz com que sua alma volte e assista ao ato que lhe provocará a morte corpórea. E esse retorno ao local dos acontecimentos não se dá apenas nesses casos, mas em outras situações também, como Kardec já observou em artigo publicado na Revista Espírita.
Finalmente, é bom que o leitor saiba que usamos o vocábulo alma quando nos referimos ao ser espiritual encarnado, e Espírito quando nos referimos ao ser desencanado.
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Quando o Espírito deixa a vestimenta física durante o sono e se desloca para algum lugar, tal deslocamento acontece de modo aleatório? Poderíamos viajar a países distantes? Sendo possíveis e permitidas tais viagens, com que velocidade ocorre o deslocamento? Lembro-lhe que há uma limitação física para a velocidade; tal limitação, é a própria velocidade da luz no vácuo, de acordo com a Teoria da Relatividade estruturada por Einstein.
1) No momento em que o Espírito se emancipa, desprendendo-se provisoriamente do corpo material, ele se desloca do modo que queira e pode viajar, sim, a países distantes bem como às diferentes moradas existentes no chamado plano espiritual. A única restrição a esse deslocamento advém do seu nível evolutivo, visto que, como já ensinava Cairbar Schutel em “A Vida no Outro Mundo”, pp. 82, 83, 85 e 107, há no Outro Mundo diversos planos de existência e os Espíritos, revestidos de seu corpo espiritual, não podem viver num meio que não esteja de acordo com sua vestimenta espiritual, que vibra sempre ao ritmo da elevação de cada um, em sabedoria e moralidade. Uma região isenta de oxigênio seria hostil a Espíritos ainda necessitados de oxigênio. Os círculos que envolvem a Terra se diferenciam, como sabemos, pela fluidez da matéria que os compõe.
2) O limite da velocidade desse deslocamento é a velocidade do pensamento, embora o Espírito possa deslocar-se mais ou menos vagarosamente, como faríamos durante a vigília utilizando o corpo físico.