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quinta-feira 14 novembro 2024
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Sociedade Brasileira de Pediatria emite alerta com cuidados na hora de comprar brinquedos para crianças e adolescentes

Para reforçar a prevenção a acidentes envolvendo brinquedos, que afetam crianças e adolescentes, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nesta terça-feira, dia 18, um alerta aos pediatras para que orientem pais e responsáveis sobre cuidados a serem observados na hora das compras, em especial para o Natal. A preocupação é contribuir com a proteção da saúde, do bem-estar e da vida da população pediátrica.

Dentre as 12 recomendações constam pontos como: não comprar brinquedos pequenos ou com partes destacáveis que possam ser colocadas na boca; evitar objetos com pontas ou bordas afiadas, pistolas com projéteis, dardos e flechas, pois podem causar ferimentos de gravidade variável; deixar de lado brinquedos com correntes, tiras e cordas com mais de 15 cm devem ser evitados pelo risco de estrangulamento de crianças pequenas.

VEJA AQUI AS 12 RECOMENDAÇÕES DA SBP.
A SBP, que elaborou esse alerta por meio de seu Departamento Científico de Segurança, chama a atenção dos adultos para outro ponto importante: a necessidade de verificar se o produto adquirido para a criança está em acordo com a faixa etária recomendada pelos fabricantes. “As instruções a respeito do uso do brinquedo devem ser claras, objetivas e com ilustrações.
Produtos importados devem trazer as mesmas informações exigidas para os nacionais, em Língua Portuguesa, bem como as marcas do Inmetro e do organismo de certificação”, cita a mensagem aos pediatras.

Com a chegada do Natal, as vendas de brinquedos aumentam consideravelmente e, consequentemente, os riscos também. Apesar de desempenharem um importante papel no desenvolvimento das crianças, eles também podem ser perigosos. No Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) realiza uma série de teste visando garantir a qualidade e a segurança dos brinquedos, porém muitas crianças ainda são atendidas nos serviços de emergência com lesões relacionadas com o uso dos brinquedos.

Segundo registros do Sistema Inmetro de Monitoramento de Acidentes de Consumo (Sinmac), os artigos da linha infantil são responsáveis por 13% dos relatos recebidos entre os anos de 2006 e 2015. Destes, 28% estão relacionados a brinquedos. De acordo com as estatísticas do Sinmac, escoriações e arranhões são as principais lesões causadas por brinquedos, com 18%; seguidos dos cortes (16%) e entorses e sufocamentos, ambos com 8% dos relatos registrados. Entre as partes do corpo mais atingidas, estão: mão, com 19%; pé, com 13%; face, com 11%, e órgãos internos, com 8%.

“Os brinquedos devem ser apropriados à idade, ao interesse e ao nível de habilidade da criança. Um brinquedo que serve para uma criança de mais de oito anos pode ser perigoso para uma que tem três, já que estas têm tendência a colocar pequenas peças na boca e são mais propensas a engolir ou sofrer engasgos e sufocação”, explica o presidente do Departamento de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dr. Mário Hirschheimer.

Segundo o dr. Hirschheimer, quedas e engasgamentos são os principais responsáveis pelos acidentes e mortes relacionados aos brinquedos. Ele observa que as bexigas, os balões de látex, as bolinhas de gudes, as peças e os objetos pequenos representam risco de engasgamento e sufocação.

“Além de escolher brinquedos que não apresentam perigos, é importante que os pais ou cuidadores observem se as crianças saibam como usá-los e se estão brincando em locais seguros. A melhor maneira é supervisionar as brincadeiras e até mesmo participar delas, aproveitando o momento para interagir com as crianças e a ensiná-las a dividir e respeitar as regras”, complementa.