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sexta-feira 8 novembro 2024
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Síndrome do coração partido, um problema contemporâneo

Sintomas são iguais aos do infarto, mas a causa é o estresse emocional, que afeta número crescente de pessoas na conturbada sociedade do Século XXI.
Estresse emocional acentuado pode provocar sintomas muito semelhantes ao do infarto, como dor no peito, falta de ar, cansaço, tontura e náuseas. “Trata-se da síndrome do coração partido, que pode afetar qualquer pessoa, sendo mais recorrente em mulheres com idade superior a 40 anos”, explica o médico Dr. José Francisco Kerr Saraiva, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).
O cardiologista salienta serem muitas as causas que podem provocar a síndrome, como a morte de uma pessoa querida, separação conjugal, dificuldades profissionais e financeiras e perda de emprego, descoberta de uma doença grave ou problemas que envolvam os filhos. “O mundo atual, especialmente em países como o Brasil, atingidos por crises político-econômicas, desemprego e criminalidade, apresenta um ambiente de forte pressão sobre os indivíduos”, observa Dr. Saraiva.
Embora diagnosticada como doença provocada por razões psicoemocionais, a síndrome do coração partido pode causar disfunções nas contrações dos ventrículos do coração, gerando sintomas iguais ao do infarto do miocárdio. Por isso, exige tratamento médico adequado, muitas vezes com a participação não só do cardiologista, como também de psiquiatra e/ou psicólogo. É uma disfunção cardíaca transitória, mas precisa ser tratada com eficiência, evitando-se complicações.
A prevenção é a melhor forma de combate ao problema. O médico da Socesp indica a realização de exercícios físicos, especialmente em grupos, pois a atividade associada à sociabilização proporciona momentos de descontração e psicologicamente positivos. “Atividade física é sempre adequada e necessária para todos como prevenção às doenças cardiovasculares em geral; para aqueles que estejam submetidos a estresse emocional, é ainda mais importante, podendo evitar a síndrome do coração partido, um mal de nosso tempo”, conclui.