Medida é estratégica para ampliar a geração de empregos no setor automotivo de Taubaté e região; Comitê Executivo da Volkswagen se reuniu na última sexta-feira, 17, com Sindicato e trabalhadores
O Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região) está atuando para que o novo ciclo de investimentos da Volkswagen tenha uma maior nacionalização de peças e de tecnologia. A medida é considerada estratégica para fortalecer a geração de empregos no setor automotivo da região.
Na última sexta-feira, 17, o Comitê Executivo da Volks se reuniu com o Sistema Único de Representação dos trabalhadores na fábrica de Taubaté. O Comitê Executivo é o órgão máximo na estrutura de governança e gestão da montadora no Brasil.
Segundo o presidente do Sindmetau, Claudio Batista, o Claudião, a última vez em que o Comitê Executivo da VW esteve em Taubaté foi na inauguração da fábrica, em 1976. Na avaliação do presidente, a visita técnica do Comitê marca uma nova etapa para a planta .
“Isso tem um simbolismo gigante. Marca o ressurgimento da fábrica, em um momento extremamente importante, trazendo a nova plataforma e o novo produto da planta. Simboliza a realização de todo um trabalho dos últimos quatro anos, que vai culminar com esse novo produto”, disse Claudião.
O presidente do Sindicato explicou que a reunião com o Comitê Executivo da VW abordou pontos como o cenário atual da planta e as perspectivas para os próximos dois anos. “Temos grandes desafios até o lançamento do novo carro. As nossas expectativas são as melhores possíveis para que, em 2023, a gente tenha uma planta completamente lotada de produção, para reassumir o papel que Taubaté sempre teve de protagonista”, apontou.
A Volkswagen vai investir R$ 7 bilhões na América Latina até 2026. A primeira fábrica contemplada é a de Taubaté, que já está em processo de implantação da plataforma MQB. Com isso, a planta vai produzir o Polo Track, o primeiro de uma nova família de compactos. A previsão é de que o modelo seja lançado em 2023. “Taubaté fica agora credenciada para participar de todos os novos produtos da Volks no Brasil”, afirmou Claudião.
O presidente da Volks na América Latina, Pablo Di Si, liderou a visita do Comitê Executivo da Volks a Taubaté. Ele destacou a importância das negociações feitas com o Sindicato para viabilizar os novos investimentos.
“Somos a primeira montadora, após a pandemia, a anunciar investimentos no Brasil. E isso foi pela forma com que trabalhamos em conjunto. Nossas conversas com o Sindicato sempre foram com muito profissionalismo. Com discussões difíceis também, mas sempre com bom senso, com diálogo”, afirmou Di Si.
Ele disse que a geração de novos empregos na fábrica de Taubaté depende do comportamento do mercado. Destacou ainda que a VW será agressiva na nacionalização de peças, processo que tem potencial para ampliar vagas na cadeia de fornecedores. “O importante é nacionalizar a maior quantidade de peças no Brasil e na região de Taubaté. Se a indústria aumenta, eleva a Volkswagen e eleva a cadeia produtiva”, explicou.
Híbrido etanol
Além da nacionalização de peças, outro processo estratégico no novo ciclo da Volkswagen será o desenvolvimento de veículos híbridos com etanol e híbrido flex. O Sindmetau – em conjunto com Volks, Parque Tecnológico de São José, Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e FEM (Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo) – está articulando um fórum para fomentar novas tecnologias de motores e combustíveis.
O grupo fez uma visita técnica ao Parque Tecnológico no último dia 7. O objetivo foi levantar pontos de interesse que possam gerar futuras parcerias ou projetos.
“Essa questão do etanol é fundamental, uma discussão muito séria que nós estamos fazendo. Inclusive o sindicato é um dos protagonistas nessa questão, porque o Brasil se credencia a ser um distribuidor de tecnologia e novos produtos”, apontou Claudião.
Di Si explicou que essa tecnologia tem um grande potencial de exportação para mercados semelhantes do Brasil, onde a curva de implantação dos carros elétricos será mais lenta. “Se o projeto já nasce para exportar, você adiciona mais base de emprego aqui no país. E esse carro híbrido flex tem um potencial de mercado enorme”, explicou o presidente da VW.
Pablo Di Si atendeu a imprensa regional durante a visita à fábrica de Taubaté. Os integrantes do Comitê Executivo da Volks também se reuniram com os trabalhadores e trabalhadoras na planta.