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quinta-feira 14 novembro 2024
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Sindicato apresenta dados do caso Ford ao Ministério Público do Trabalho

Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau) participaram nesta terça-feira, 19, de uma reunião virtual com procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT). Os dirigentes sindicais apresentaram dados sobre a situação dos trabalhadores e da Ford na cidade.

As informações vão auxiliar investigações em três inquéritos abertos contra a montadora para analisar a situação das plantas de Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE). Caso as investigações comprovem danos para a cadeia produtiva do país, a Ford pode ser acionada judicialmente.

O Sindmetau foi representado na reunião por seu presidente, Claudio Batista da Silva Junior, o Claudião, pelo coordenador sindical na Ford, Sinvaldo Cruz, e pelo assessor jurídico do Sindicato, Isaac do Carmo.

“Reforçamos para os procuradores a posição do Sindicato pela manutenção dos empregos na Ford em Taubaté, com a continuidade das atividades da montadora. Essa é uma luta de toda cidade, porque a saída da Ford pode trazer um impacto gigantesco para as famílias e para economia de Taubaté”, afirmou o presidente do sindicato.

O conjunto de informações apresentado pelo sindicato abrange aspectos relacionados a acordos trabalhistas firmados com a empresa – inclusive com garantia de estabilidade nos empregos até 2021 -, os impactos socioeconômicos do fechamento da fábrica, processos trabalhistas em tramitação e benefícios fiscais oferecidos pelo município nos últimos cinco anos, além de uma agenda de mobilizações aprovada pelos trabalhadores.

Impacto

Entre as informações apresentadas pelo Sindicato ao MPT está um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O levantamento aponta um impacto de até 118,8 mil postos de trabalho no país com o encerramento da produção da Ford no país.

O número envolve trabalhadores diretos, indiretos e os empregos induzidos em setores como comércio e serviços. O estudo do DIEESE aponta ainda que o impacto sobre a renda dos trabalhadores na cadeia expandida da Ford atinge R$ 2,5 bilhões. Já o impacto na economia de Taubaté, considerando apenas o 830 funcionários diretos da fábrica, pode chegar a 93,7 milhões ao ano, entre salários, PLR e abono.

O Sindicato levou ainda ao conhecimento dos procuradores informações sobre a situação jurídica e fiscal da Ford em Taubaté. A empresa é alvo de cerca de 280 processos trabalhistas que envolvem um passivo consolidado que pode chegar a R$ 25 milhões.

Por outro lado, a montadora tem se beneficiado de incentivos fiscais em nível estadual e municipal. Somente em Taubaté, foram concedidos R$ 4 milhões de isenções municipais nos últimos cinco anos.