Apesar da turbulência do momento, entidade não recomenda demissões e cobra suspensão do ISS e IPTU por 4 meses
A necessidade da quarentena para evitar ainda mais a proliferação do coronavírus interferiu drasticamente na economia, com 460 mil estabelecimentos impedidos de realizar atendimentos presenciais no Estado de São Paulo, o que representa 70% do comércio, responsável por 1,3 milhão de empregos formais e faturamento médio de R$ 1 bilhão por dia.
O Sincovat (Sindicato do Comércio Varejista de Taubaté e região) orienta o empresariado a fazer um planejamento de crise para os próximos três meses.
Com as portas fechadas, o primeiro ponto é adaptar-se rapidamente às vendas online, por aplicativos e deliveries. Também se sugere que recebam os pagamentos por meio online como PicPay, mercado Pago, AME, por exemplo, para que não haja a necessidade de levar a maquininha de cartão.
O presidente do Sincovat e vice presidente da FecomércioSP, Dan Guinsburg, não recomenda que sejam feitas demissões no momento. “Sabemos que o momento é muito delicado. Algo novo, que ainda não vivemos, No entanto, essa crise vai passar, pois com o fim da quarentena, o comerciante vai precisar dos funcionários e provavelmente os custos com demissões, novas contratações e treinamentos serão altos”, explica Dan.
Entre algumas opções está analisar as alternativas descritas na MP N.º 927/20, como férias coletivas, compensação de horas, antecipação de feriados, entre outras.
O Sincovat orienta ainda que é hora de fazer as contas dos custos fixos, para saber se haverá dinheiro em caixa durante esse período de crise e renegociar contratos, aluguéis, pedir que fornecedores estendam os prazos.
Na última segunda-feira, dia 30, o Sincovat participou de uma reunião na sede do Ciesp de Taubaté, com representantes da Prefeitura Municipal, da Associação Comercial e do Sindicato dos Empregados no Comércio.
A ideia foi achar soluções para que, caso o decreto emergencial nº 14.692, que suspendeu o atendimento presencial ao público nos estabelecimentos comerciais até o dia 07 de abril seja prorrogado, as lojas possam abrir com restrições, como atender em horário reduzido, limites de clientes dentro dos estabelecimentos, com distância seguras entre eles, redução do número de funcionários, utilização de máscaras, entre outros. A proposta foi encaminhada ao prefeito Ortiz Júnior, assim como a solicitação da suspenção do ISS e IPTU pelos próximos 4 meses.
O Sincovat orienta ainda aos lojistas para ficarem atentos as linhas de crédito com juros mais baixos disponibilizadas pelo governo.A Caixa Econômica Federal, por exemplo, além de postergar os prazos de financiamentos, disponibilizou R$ 60 bilhões em crédito para capital de giro e reduziu a taxa máxima de juros de 2,76% a.m para 1,51% a.m.
Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendeu o pagamento das prestações de empréstimos já contraídos por até seis meses e também ampliou a linha de crédito de capital de giro. Além disso, em uma ação conjunta entre BNDES, Tesouro Nacional, Banco Central do Brasil (BCB) e Federação Brasileira de Bancos (Febraban) serão disponibilizados R$ 40 bilhões em crédito para a folha de pagamento que vão beneficiar 1,4 milhão de empresas e 12,2 milhões de trabalhadores nos próximos dois meses, a taxa de juros será de s 3,75% ao ano, ou seja, a taxa Selic, nessa operação foi excluída a cobrança de spread ou o custo operacional.
Outro avanço foi o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizar que o BNDES cadastre fintechs como repassadores de seus recursos, dessa forma diminui a burocracia, aumenta o alcance e a competição bancária para redução de juros e taxas de serviços. Ainda em fase inicial esse mês, as operações podem estar disponíveis em maio.
Mais uma opção é a Agência de Desenvolvimento Paulista – DesenvolveSP, do Governo do Estado de São Paulo, que está com sete linhas de crédito cujos prazos de pagamento podem atingir 120 meses com até 36 meses de carência.