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sexta-feira 8 novembro 2024
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Simbologia Tupiniquim de Frutos e Árvores Madeireiras

Acadêmica de Agronomia da Universidade de Taubaté

 

Dentre tantas mudanças percebidas no mundo atual, a consciência e a mobilidade das pessoas promovem, sem questionamento, uma das mais saborosas conquistas da sociedade contemporânea em relação aos desafios ambientais da Terra.

Um manejo auspicioso seria o de verdejar desertos em zonas subtropicais do planeta. Ocupar espaços produtivos a fim de trabalhar a fertilização da terra. Arar o solo, drenar um olho d’água da nascente mais próxima, promover manutenção da agropecuária, zelar pela estabilidade do pasto.

A beleza inventiva da mitologia caracterizou Ceres, a deusa romana da agricultura e de plantas que florescem. Ela era sempre vista com um cesto de flores ou frutas e uma coroa entrançada com ramos de trigo. A palavra, cereal, provém do nome dessa deusa mitológica. Grãos comestíveis, ricos em nutrientes.

Arabutã, pau-brasil, em tupi-guarani, um vocativo utilizado pelos indígenas referindo-se à árvore rija, de flores amarelas e madeira vermelha nominada pela botânica de Caesalpinia echinata. Como praticamente se sabe. O pau-brasil, madeira de nuanças ruborizadas, cor da brasa de fogueiras substantivo próprio, Brasil. Planta arbórea de formação maciça que constitui a raiz, os ramos da árvore e o tronco.  

Na perspectiva de um reflorestamento, o plantio sustentável se proporia ao uso comedido, em um prazo de médio a longo tempo, das espécies de madeira-de-lei em tabuado, madeiros grossos e terças de lenha para vigamentos de edificações, mastreação da engenharia náutica e obras de importância em utilidade geral.

Fragmento do poema de Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré (1909-2002), poeta cearense, estudou apenas seis meses em uma escola. Recebeu de universidades o título de Doutor Honoris Causa por mais de duas vezes.

Corpo lenhoso da espécie 

 

Arranjo rústico de antúrios em tronco de palmeira-cariota

 

“A Terra É Naturá

…Esta terra é como o Sol

Que nasce todos os dia

Brilhando o grande, o menor

E tudo que a terra cria.

O sol clareia os monte,

Também as água das fonte,

Com a sua luz amiga,

Protege, no mesmo instante,

Do grandaião elefante

A pequenina formiga.

 

Esta terra é como a chuva,

Que vai da praia a campina,

Molha a casada, a viúva,

A véia, a moça, a menina.

Quando sangra o nevoeiro,

Pra conquistá o aguaceiro

Ninguém vai fazê fuxico,

Pois a chuva tudo cobre,

Molha a tapera do pobre

E a grande casa do rico.

 

Esta terra é como o vento

O vento que, por capricho

Assopra, às vez, um momento,

Brando, fazendo cochicho.

Outras vez, vira o capêta,

Vai fazendo piruêta,

Roncando com desatino,

Levando tudo de móio

Jogando arguêiro nos óio

Do grande e do pequenino.

 

Esta terra é como a lua,

Este foco prateado

Que é do campo até a rua,

A lâmpada do casá de namorado…”

 

Tibério de Sá Leitão – Jornalista