Acadêmica de Agronomia da Universidade de Taubaté
Dentre tantas mudanças percebidas no mundo atual, a consciência e a mobilidade das pessoas promovem, sem questionamento, uma das mais saborosas conquistas da sociedade contemporânea em relação aos desafios ambientais da Terra.
Um manejo auspicioso seria o de verdejar desertos em zonas subtropicais do planeta. Ocupar espaços produtivos a fim de trabalhar a fertilização da terra. Arar o solo, drenar um olho d’água da nascente mais próxima, promover manutenção da agropecuária, zelar pela estabilidade do pasto.
A beleza inventiva da mitologia caracterizou Ceres, a deusa romana da agricultura e de plantas que florescem. Ela era sempre vista com um cesto de flores ou frutas e uma coroa entrançada com ramos de trigo. A palavra, cereal, provém do nome dessa deusa mitológica. Grãos comestíveis, ricos em nutrientes.
Arabutã, pau-brasil, em tupi-guarani, um vocativo utilizado pelos indígenas referindo-se à árvore rija, de flores amarelas e madeira vermelha nominada pela botânica de Caesalpinia echinata. Como praticamente se sabe. O pau-brasil, madeira de nuanças ruborizadas, cor da “brasa” de fogueiras – substantivo próprio, Brasil. Planta arbórea de formação maciça que constitui a raiz, os ramos da árvore e o tronco.
Na perspectiva de um reflorestamento, o plantio sustentável se proporia ao uso comedido, em um prazo de médio a longo tempo, das espécies de madeira-de-lei em tabuado, madeiros grossos e terças de lenha para vigamentos de edificações, mastreação da engenharia náutica e obras de importância em utilidade geral.
Fragmento do poema de Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré (1909-2002), poeta cearense, estudou apenas seis meses em uma escola. Recebeu de universidades o título de Doutor Honoris Causa por mais de duas vezes.
Corpo lenhoso da espécie
Arranjo rústico de antúrios em tronco de palmeira-cariota
“A Terra É Naturá
…Esta terra é como o Sol
Que nasce todos os dia
Brilhando o grande, o menor
E tudo que a terra cria.
O sol clareia os monte,
Também as água das fonte,
Com a sua luz amiga,
Protege, no mesmo instante,
Do grandaião elefante
A pequenina formiga.
Esta terra é como a chuva,
Que vai da praia a campina,
Molha a casada, a viúva,
A véia, a moça, a menina.
Quando sangra o nevoeiro,
Pra conquistá o aguaceiro
Ninguém vai fazê fuxico,
Pois a chuva tudo cobre,
Molha a tapera do pobre
E a grande casa do rico.
Esta terra é como o vento
O vento que, por capricho
Assopra, às vez, um momento,
Brando, fazendo cochicho.
Outras vez, vira o capêta,
Vai fazendo piruêta,
Roncando com desatino,
Levando tudo de móio
Jogando arguêiro nos óio
Do grande e do pequenino.
Esta terra é como a lua,
Este foco prateado
Que é do campo até a rua,
A lâmpada do casá de namorado…”
Tibério de Sá Leitão – Jornalista