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quarta-feira 18 dezembro 2024
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Ser Voluntário – A mercantilização do trabalho voluntário

Para tudo neste mundo, temos que fazer e ser melhor sempre e com o trabalho voluntário, não poderia ser diferente, tem que evoluir, se respaldar, ter boas práticas de gestão e impactar de verdade o meio.
Certo, mas fazer tudo isso tem um custo? Sim com certeza tem.

Já ouviram dizer que para ganhar dinheiro tem que gastar dinheiro? Creio que já ouviram isso e ouso aqui a trazer isso para o trabalho voluntário. Para se ter um trabalho voluntário engajado, primoroso, com impacto real no meio, tem que investir e muito mais do que recursos, tempo, mas tem que ter um gestor a frente disso.

A grande questão que muitos se aventuram na gestão e/ou criação de um programa ou mesmo um projeto de voluntariado, embasado na boa vontade e na possibilidade de farta obtenção de recursos, através da prestação de serviços.

Assim se cria um mercado que tem muitos bons profissionais e outros muitos aventureiros, que por conta de valores baixos acabam conseguindo trabalhos, mas de forma geral deixam uma experiencia ruim e assim deteriora este mercado, pois em muitos lugares funciona assim, um mercado se destaca de alguma forma e todos se viram para ele, independentemente de sua formação ou experiencia, mas querem aproveitar a onda e surfar nela de alguma forma.
Triste, pois aqueles que se dedicaram a estudar e se debruçaram sobre as práticas reais e não somente as ideais, sofrem quando buscam se colocar neste mercado.

Creio que muitos devem pensar que é assim em muitos setores, eu também acredito que sim, mas quando se trata do trabalho voluntário, me deixa muito triste pois deveríamos ter um zelo maior em relação a ele e sim ter os profissionais dedicados a causa, até por que merecemos crescer, mas deveríamos também nos preocupar em dar oportunidades para que todas as OSC’s pudessem ter acesso aos profissionais competentes no assunto, com valores justos, o que fica difícil visto a quantidade de aventureiros.

Creio que isto foi muito mais um desabafo do que um artigo, mas fica a reflexão do que estamos fazendo dentro do terceiro setor e dentro do voluntariado. Será que realmente temos uma missão ou somente queremos mercantilizar e canibalizá-lo?

Espero que todos os profissionais que lerem este texto possam refletir seu papel no mercado do voluntariado e no terceiro setor.

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Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista (MTB 0084753/SP), radialista (DRT 22.201), Consultor especialista em voluntariado e responsabilidade empresarial. Voluntário palhaço hospitalar desde 2000, Conselheiro Diretor da Rede Filantropia, CEO da empresa de consultoria R. R. Desenvolvimento e Transformação Humana Ltda., porta voz pela ONU, Global Friends of Volunteering (IAVE), Associado da VRS Consult da Guatemala e professor de Voluntariado da PADLA – México. @roberto.ravagnani