O carinho ampara. Essa afirmação foi comprovada por um estudo científico realizado na Duke University e publicado em 2010, onde 482 moradores dos Estados Unidos foram avaliados na infância e, depois novamente aos 38 anos. Os resultados mostraram que a construção do elo afetivo com a mãe contribui não só para diminuir a irritabilidade como para auxiliá-la a desenvolver habilidades para lidar com as pressões da vida adulta. Os pesquisadores observaram que as crianças cujas mães foram mais ternas eram as que apresentavam menores indícios de ansiedade e perturbações gerais.
Por vezes, mães que possuem mais filhos sentem dificuldades de manter essas relações, afinal, são muitas responsabilidades e preocupações que perpassam pela vida da mulher. Este é o caso da mãe de Antoine de Saint-Exupéry, a condessa Marie Boyer de Foscolombe. Casada com o conde Jean-Marc de Saint-Exupéry, com quem teve 5 filhos e, após o adoecimento de Jean-Marc, mesmo com a ajuda de parentes, se viu só no mundo com as crianças.
Antoine Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe, era um filho extremamente devotado, lado que muitos não conheciam, até sua morte. Após o desaparecimento do escritor em uma queda de avião ao ser alvejado no deserto da Tunísia, a mãe de Saint-Exupéry resolveu publicar as cartas que ele lhe escreveu entre seus 10 e 44 anos.
Os carinhosos textos enviados pelo autor estão compilados na obra Cartas à Mãe, publicada pelo selo Via Leitura, do Grupo Editorial Edipro. As mensagens continham os assuntos mais diversificados, como as guerras das quais o autor esteve, as leituras que fazia e os locais que visitou como aviador. Por meio das cartas, é possível conhecer um dos mais íntimos momentos de Antoine, suas alegrias, inseguranças, medos e saudades.
“Tenho sonhado muito com você e me lembro de um monte de coisas de quando era criança. Isso me entristece o coração por muitas vezes por tê-la decepcionado.
Eu acho você tão preciosa, se você soubesse, mamãe, é a mais sutil de todas as “mamães” que eu conheço. E você merece tanto ser feliz e também não ter um meninão confuso que reclama e se irrita todo o dia. Não é verdade, mamãe? Gostaria de lhe dedicar toda a minha noite, e escrever-lhe por muito, muito, tempo.”
O livro é considerado um verdadeiro tratado do amor que transborda o grande afeto que Antoine sentia por sua protetora. Não é apenas um clássico, mas também uma peça comovente que eterniza o amor e o vínculo entre mãe e filho, e também uma obra que deve estar nas prateleiras das mamães.
Ser mãe é carregar por toda a vida um amor maior que o próprio coração
maio 09, 2019Bruno FonsecaTribuna LivreComentários desativados em Ser mãe é carregar por toda a vida um amor maior que o próprio coraçãoLike
Previous PostSou um amante dos livros, adoro ler e não consigo me imaginar sem estar com uma boa história nas mãos e sempre que termino um já tenho o próximo “engatilhado”. Não dá pra terminar um livro e só depois decidir qual o seguinte.
Next PostExposição na Fêgo Camargo começa hoje