Equipamentos de proteção para profissionais de saúde são feitos de TNT; serão produzidas 200 mil unidades por mês até junho
Após o anúncio da pandemia do novo coronavírus, o comércio de São Paulo registrou falta de materiais considerados básicos para centros de saúde, como máscaras e álcool em gel. Pensando em minimizar esse problema, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) já entregou um lote com mil máscaras para hospitais do estado, das 600 mil que devem ser distribuídas pelos próximos três meses, segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP).
Segundo a entidade, serão produzidas 200 mil máscaras por mês, até junho, feitas de tecido não tecido (TNT), ou seja, a partir de fibras que não passam pelos processos de fiação e tecelagem. Após a fabricação, as máscaras são esterilizadas e embaladas antes de serem distribuídas, garante a FIESP. A Escola SENAI Francisco Matarazzo foi a responsável pela produção do primeiro lote. Outras unidades do estado vão ajudar nesse processo para acelerar o trabalho. Depois de prontas, as máscaras serão distribuídas a outras unidades médicas para atendimento aos pacientes – o primeiro lote foi para o Hospital do Rim, na capital.
Assim como a FIESP, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) tem adotado medidas para atender a demanda por equipamentos e insumos de saúde. A instituição abriu um Edital de Inovação para a Indústria, que prevê, por exemplo, a recuperação de aparelhos danificados e a aquisição e produção de materiais essenciais para o enfrentamento da crise, como álcool em gel e máscaras.
“A nossa atuação será no suprimento de problemas, como os testes rápidos para a detecção da doença. No isolamento, ter uma gama ampla desses testes vai ser de grande importância, bem como a fabricação de ventiladores (respiradores). Estamos focando em ações do Sistema Indústria que vão ao encontro das necessidades da sociedade, do país e da indústria brasileira”, afirma o diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi, que reforça a importância de “salvar vidas”.
O edital vai focar em propostas de soluções que tenham aplicação imediata e com resultados em até 40 dias. Na quinta-feira, dia 26 março, foi aberta a segunda chamada e, até o momento, serão investidos, no total, R$ 30 milhões. As proposições podem ser realizadas por meio do WhatsApp, no número (61) 99628-7337, ou pelo e-mail combatecovid19@senaicni.com.br.
Cursos gratuitos
A educação também tem sido aliada nesse período em que milhões de brasileiros precisam ficar confinados dentro de casa. Por isso, o SENAI abriu vagas gratuitas em cursos a distância voltados à indústria 4.0, com temas ligados à tecnologia. Os cursos têm carga horária de 20 horas e estarão disponíveis até junho. Para ter acesso aos cursos e às vagas, basta acessar a plataforma Mundo SENAI e fazer um cadastro simples.
Em relação aos cuidados com a saúde dentro das fábricas, o SESI lançou uma cartilha online que traz recomendações que vão desde como identificar casos suspeitos, formas de transmissão e grupos de maior risco para a Covid-19, até um passo a passo para ajudar empresas a criarem planos de contingenciamento da doença e a envolverem fornecedores e operadoras no combate à pandemia.
Para amenizar os efeitos da Covid-19 e proteger quem produz e quem consome, além do SENAI e do SESI, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e as Federações das Indústrias dos demais estados e do DF têm levado informação e tomado medidas para reduzir os impactos econômicos e preservar vidas por meio da campanha nacional “A indústria contra o coronavírus”. Mais informações podem ser acessadas nas redes sociais de cada instituição.