Os 5 principais mitos e verdades sobre a tireoide
Especialista do Delboni Auriemo responde às dúvidas sobre a doença e disfunções que podem aparecer em todas as idades, inclusive em recém-nascidos; mais de 90% dos casos são benignos, mas podem afetar a qualidade de vida dos pacientes
É crescente a incidência de alterações na glândula tireoide, principalmente na população feminina. A endocrinologista Suemi Marui, do Delboni Auriemo, laboratório da Dasa – líder em medicina diagnóstica no Brasil – reforça que “as doenças da tireoide podem aparecer em todas as idades, inclusive nos recém-nascidos, crianças e adolescentes, mas preocupa principalmente nas mulheres em idade fértil”.
De 20 a 25 de maio, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) celebra a Semana Internacional da Tireoide. Este ano, o tema é “Tireoide e Gestação”, cujo objetivo é alertar sobre os sinais e sintomas que acometem, em média, de 5 a 10% das gestantes. “O principal agravante da tireoide é a quantidade de hormônio produzido pelo corpo. Se em excesso, ocorre o hipertireoidismo, que pode causar algumas alterações como batimento cardíaco acelerado, dificuldade para dormir, nervosismo e intolerância ao calor. Esse tipo de desenvolvimento da doença atinge cerca de 2% da população brasileira. Por outro lado, se o corpo produz quantidade insuficiente do hormônio, ocorre o hipotireoidismo, cujas características são muito variáveis, mas pode vir como cansaço e desânimo. A maioria dos nódulos da tireoide é benigna, ou seja, não se trata de câncer e geralmente não altera a função da tireoide. Mas toda alteração da tireoide precisa ter um acompanhamento especializado”, explica a médica. “Por isso desenvolvemos este material para tirar algumas dúvidas e recomendamos que converse com seu médico e, ao lerem notícias que tragam pânico, busquem conteúdo confiável junto aos órgãos oficiais, como sociedades científicas, para terem acesso a informações verdadeiras”, completa.
Mamografia causa câncer na tireoide
MITO! “Essa falsa notícia circulou pelas redes sociais acusando a mamografia – um exame fundamental para detectar o câncer de mama – de aumentar o risco de sofrer um tumor de tireoide. Os raios emitidos pelo aparelho atingem sobretudo os seios e a dose que se espalha para outras regiões é considerada insignificante”, comenta a Dra. Suemi. Existe um protetor de tireoide – um colar largo de chumbo – que é indicado para pacientes que se submetem a exames rotineiros com radiação direta no pescoço.
Recém-nascidos também podem ter alterações na tireoide
VERDADE! O hipotireoidismo congênito ocorre quando a glândula do recém-nascido não é capaz de produzir os hormônios da tireoide, fundamentais para o desenvolvimento do bebê. “É essencial realizar o teste de triagem neonatal nos primeiros dias após o nascimento, o Teste do Pezinho, que diagnostica o hipotireoidismo congênito e outras doenças”, esclarece a endocrinologista. Caso confirmado o diagnóstico, o especialista inicia imediatamente o tratamento.
Hipotireoidismo engorda
MITO! O hipotireoidismo não causa obesidade. A falta de hormônio tireoidiano pode causar um leve aumento do peso, em geral por retenção de líquidos, que é prontamente revertido com o tratamento adequado.
Exames de sangue são os mais indicados para diagnosticar disfunções na tireoide e não o ultrassom
VERDADE! Para fazer o diagnóstico da disfunção da tireoide, é solicitado inicialmente o exame de TSH. Em caso de alteração, o médico pode solicitar o T4 Livre para confirmar se há hipotireoidismo ou hipertireoidismo. Todos eles são realizados por meio de uma amostra de sangue, após avaliação do médico. O ultrassom só avalia a forma da tireoide e a presença de nódulos. Como ele é bastante sensível acaba mostrando nódulos, que são muito frequentes e raramente são malignos, o que pode levar a preocupações desnecessárias.
Disfunção na tireoide é perigosa durante a gestação
VERDADE! Nos primeiros meses da gestação ocorre o desenvolvimento neurológico do bebê, o qual depende de níveis adequados de hormônios tireoidianos vindos da mãe. Especialmente nas 12 primeiras semanas, período em que o bebê ainda não tem a sua própria tireoide funcionando, a produção de hormônios da mãe é fundamental para o desenvolvimento normal do seu bebê. “A falta de cuidado de quem já tem doença da tireoide pode promover alterações na pressão arterial e, principalmente no caso do hipotireoidismo, pode causar parto prematuro, QI abaixo do normal, problemas neurológicos e até aborto”, revela.