O pinhão é uma semente comestível que já existe há centenas de anos em países da Ásia, Europa e América do Norte. Ele é assunto em pauta para pesquisas, uma vez que essa semente é rica em proteínas, fibras alimentares e paladar.
Nos meses de maio e junho, nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, as araucárias promovem um espetáculo natural ao “explodir” as pinhas que são em média, um círculo compacto de 12 a 18 centímetros de circunferência. O lançamento dos pinhões, natural e, aleatoriamente, ocorre em um raio de até cinquenta metros a partir da árvore matriz.
A manifestação dessa “festa de pinhões pelo ar” é devido ao acúmulo de calor solar de meio-dia que dilata e forma o processo de expansão, seguidamente, do frio das manhãs. Em época de baixa temperatura na região da Mantiqueira, até galhos ressequidos das araucárias servem para manter o fogo aceso das salamandras de aquecimento, lareiras artesanais e fogueiras feitas ao livre para eventos e brincadeiras durante o inverno.
Na região metropolitana do Vale do Paraíba, notoriamente, verdeja um panorama de araucárias. Por incontáveis vezes, percorri, serpenteando, o trecho de rodovia que liga Santo Antônio do Pinhal a São Bento do Sapucaí no estado de São Paulo, para observar um dos “deveres de casa” do meio ambiente. Os homens e os animais são propagadores da semeadura do pinhão.
A pessoa no simples ato de observar pode se considerar um vetor de “plantio” em sentido harmonioso junto à natividade daquela área, ou seja, parte desse patrimônio ecológico. Já na culinária, além de cozido e assado, do pinhão se faz bolo, doces, pão, farofa, quibe, molho e ingredientes para pratos salgados e de carne. A bonança da semente de araucária gera renda a quem comercializa à margem da estrada. E alguns, engenhosa e artesanalmente, vendem até descascador de pinhão feito de madeira.
Nas funções de proteger o coração, favorecer a pele e regular o peso do corpo humano, o pinhão, com o mesmo benefício e de valor nutricional é uma das oleaginosas tais como: amêndoa, castanha-do-pará, amendoim, avelã, castanha de caju, pistache e demais nozes. A semente da araucária contém os seguintes minerais: niacina, ferro, fósforo, riboflavina, magnésio, tiamina, além das vitaminas A, B, C, D e E que são antioxidantes.
Por Tibério de Sá Leitão