Muitos de nós já deixamos marca de, pelo menos, uma de nossas mãos, em uma folha de papel, em branco, na escola ou em areia de praia. A impressão de uma mão espalmada, plena de tinta, em um teto de caverna, foi a marca primitiva da descendência humana.
Em um processo evolutivo e natural, pela vontade de retratar a natureza, fez crescer, incessantemente, o experimento em busca da perfeição pelo registro das coisas.
Exemplos notórios são vistos desde as esculturas, estátuas da Grécia. Essa procura pelo aprimoramento alcançou o auge no período do Renascimento. Grandes artistas da época como Michelângelo e Leonardo da Vinci utilizavam um artifício capaz de gerar profundidade e equilíbrio, dando ênfase à realidade ilusória, em suas obras de arte, a chamada de perspectiva artificialis. Simplesmente uma técnica, nesse caso, para levar o observador ao conceito de perspectiva – ver por meio de – uma percepção tridimensional ao olhar para uma imagem, um objeto bidimensional.
Durante o Renascimento ou Renascença, acontecimento Histórico Europeu entre fins do século XIV e o fim do século XVI. Tanto a ciência quanto à arte existiam, em parceria, a fim de encontrar a imagem irretocável.
Já a perspectiva, matematicamente, se propunha a usar cálculos de projeções de objeto em uma tela. Ainda no século XIX, esse mecanismo lógico foi incorporado às máquinas fotográficas.
Em 1824, na ocasião em que o Barão Von Langsdorff decide implementar uma expedição de cunho científico ao Brasil, priorizando a Amazônia. Ele estruturou essa ideia a partir de contratação de artistas para estampar sua jornada. Pessoas, fauna, flora e paisagens em geral foram registradas por Taunay, Rugendas e Hércules Florence, esse último, que teve a incumbência de ir em busca de desenhos científicos e menos artísticos. Mas pelo traçado do destino, ele descobriu a fotografia utilizando uma metodologia emancipada do método dos europeus. Isso aconteceu em Campinas (SP) no ano de 1833. Comentário à parte. O verde, símbolo de vida, talvez, tenha sido o botão que disparou, com esperança, em direção à descoberta de um inventor, desenhista, polígrafo e pioneiro da fotografia franco-brasileiro.
O infográfico dessa matéria é um esboço, de Albrecht Dürer, teórico de arte, matemático e ilustrador alemão que apresenta, em gravura, a perspectiva artificial – técnica que foi agregada à fotografia.
Por Tibério de Sá Leitão