A transferência foi determinada após um pedido de defesa de Lessa
Ronnie Lessa foi transferido de Campo Grande para a penitenciária de segurança máxima de Tremembé. O ex-PM chegou ao presídio às 13h46 desta quinta-feira, 20. Ele está preso desde 2019 pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, no Rio de Janeiro. A transferência foi determinada após um pedido de defesa de Lessa.
Lessa foi levado em uma aeronave da Força Aérea Brasileira às 11h de Campo Grande (MS), onde estava no presídio federal, e chegou ao interior de São Paulo escoltado por um forte esquema de segurança da Polícia Penal Federal, responsável pela transferência.
Quando chegou no aeroporto de São José dos Campos, onde, de lá, houve trajeto terrestre por cerca de 50 minutos até o complexo de Tremembé.
Lessa está de muletas porque não tem uma das pernas após levar um tiro no Rio de Janeiro.
Por conta da análise interna, a Secretaria de Administração Penitenciária decidiu que Lessa fica na Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, chamada de P1. Seria o lugar de menor risco dentro do complexo que abriga presos homens e mulheres.
A mudança de presídio federal pra estadual, prevista no acordo de delação premiada do ex-PM, foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 7 de junho. O deslocamento dependeu de três fatores, conforme mostrou a CNN.
O deslocamento
Dentro do avião da FAB, agentes fizeram a escolta e o preso teve de ficar de cabeça baixa durante todo o voo. No trajeto, os policiais mantiveram armamento e rotina de segurança para evitar qualquer intercorrência até chegar no local de “entrega” do preso federal para o estado, inclusive coletes.
A “entrega” se baseou na papelada. O chefe da operação, representando a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça, assinou juntamente ao representante da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo, “recebendo” o preso e sendo seu novo responsável.
Delação
Em delação premiada, o ex-policial militar relatou dificuldades para colocar em prática o plano de matar a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018.
Lessa citou “oportunidades perdidas”, que atrasaram o crime, preocupação com a repercussão do caso e esperanças de um “direcionamento” nas investigações.
A localização da casa da vereadora e problemas pontuais de agenda, segundo ele, foram fatores que colaboraram para o atraso.
O ex-PM relatou que conseguiu a arma para o crime em setembro de 2017.
O sigilo de dois anexos da delação foi retirado em 7 de junho pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.