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sábado 30 novembro 2024
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Reminiscências – Memórias de e com Adilson Barbosa

1º Capítulo

Toda criança sonha em ser jogador de futebol e de preferência em time grande. Todos, pelo menos sonham. Recordo-me quando menino mesmo nas ruas onde morávamos tinha cada racha e não passava ninguém a não ser os velhinhos especialmente as velhinhas. A bola era de meia das irmãs ou mães e nós enchíamos de panos, papel, qualquer material que desse certo.

Durante anos e posso até voltar se me aceitarem, a escrever minha crônica do futebol chamada “ Bola de Meia” no Diário de Taubaté, jornal editado por Paulo José Stipp Júnior e depois do seu falecimento pela sua esposa viúva Jornalista Iára de Carvalho com apoio das filhas Ana Luiza e Anaísa. Anteriormente escrevi alguns anos para o Jornal A Tribuna, com a mesma coluna.

Praticamente ali aprendi a escrever sobre esportes principalmente futebol que era meu preferido e eu jogava relativamente bem, sendo procurado por vários times de Taubaté juniores, infantis como Predial, Unidos, Batalhão, Rua Onório Jovino, Jabuticabeiras, onde nasci e outros. Comecei mesmo no campinho do lado do batalhão da Policia Militar com Sr. Clemente militar aposentado. Jogava com os irmãos Vando e Zinho, Juraci e outros garotos lá de perto que começavam, aflorar, nos tornamos um time quase que imbatível e o velho Clemente se deliciava, era legal. Depois ainda meninos apareceu o sr. Placidino militar também com outro espírito e conhecimentos mais elevados. Formou um bom time com pessoal dos bairros da Sta. Luzia e Independência.

Passou o tempo, ficamos juntos, apareceram outros da cidade elenco foi melhorando. Lamentavelmente nesta época eu tive na vista esquerda uma doença chamada “Ceratite Disciforme” um tipo de Ulcera da Córnea naquela época um tanto desconhecida e eu tendo passado por quase todos oftalmologistas de Taubaté sem sucesso.

Em um dia de NOSSA Senhora Aparecida eu disse para minha mãe que estava ficando cego da vista esquerda.
Minha mãe se apavorou atormentou o meu pai que descobriu Campinas e fomos lá para o Hospital Penido Burnie e tive a felicidade de ser atendido pelo próprio Dr. Penido Burnie, na ocasião dos melhores do mundo ao lado de outro Espanhol. Fui atendido por ele e mais uns três assistentes e ali começou a melhorar a minha visão com tratamento á base de Hidrocortisona e outros remédios. Fiquei praticamente um ano sendo atendido pelo Dr. Penido e as vezes por um de seus assistentes Dr. Martineli . Devido a infecção perdi alguns graus de visão da esquerda, salvando uma boa parte que tenho até hoje. Muito tempo mais tarde quando eu era gerente da Delfin Caderneta de Poupança, levei o meu pai para tratamento da vista em Campinas e foi atendido pelo filho do Dr. Penido, ou seja Penido Burnie Filho.

Voltamos algumas vezes acompanhando meu pai tratamento que foi mais simples. As vezes voltava para continuar meu tratamento até ficar praticamente bom dentro do que consegui salvar. Hoje essa doença é muito mais conhecida e eu tenho meu genro Dr. Carlos Roberto Pinto que é oftalmologista, especialista em Glaucoma no Hospital SEMA, na Mooca em S. Paulo e Preceptor dos alunos residentes. Com minha filha Dra. Ana Paula Barbosa Pinto, médica Pediatra moram hoje em S. Caetano região do ABC e tem um filho Guilherme Barbosa Pinto formado este ano em medicina na cidade de Santos e a filha Mariana Barbosa Pinto já praticamente no quarto ano de medicina também em Santos. Chegou a passar em Taubaté mas pelo irmão e ficar mais perto de casa optou também por Santos na mesma faculdade que o irmão

Mas voltemos ao futebol. Duas figuras importantes na minha infância que comandaram times de futebol infantis. O Antônio Vernek (Domingão) da região do Bairro de Santa Luzia que montou um time com garotos jogando no campo do Predial onde hoje fica o Ginásio Municipal. Muitos talentos foram surgindo e evoluindo com o conhecimento e interesse no futebol e com apoio do Domingão.

Outra figura foi o Darcio que morava na Rua do Colégio que jogava no gol e montou um infantil fantástico com presenças como China, Nito Sansoni, eu estava presente e levei meu amigo e que eu era fã, o jogador João Estefano, baita jogador que chegou a jogar no E.C. Taubaté, profissional e também Futebol de Salão hoje FUTSAL e no TCC. Taubaté Country Club.

Muitos acontecimentos foram ocorrendo e voltando um pouco no tempo, citamos novamente o Sr. Placidino, militar reformado do Batalhão da Polícia apaixonado pelo futebol e com os garotos, infantis, mirins e ai vai… Nesta ocasião o E. C. Taubaté futebol profissional e possuía um infantil fantástico um timaço que ganhava sempre de goleadas nas preliminares nos jogos do grande time adulto e que disputava o profissional. Eu ia assistir os jogos do time adulto e sempre nas preliminares o infantil dava Show, eu adorava assistir.

O elenco tinha alguns que eu conhecia como Frederico Testa, Decinho, Garrincha, Toninho Miranda, Lardinho, Perruche, Carlinhos, Renato, Guido o goleiro, Osvaldo Crisante, um time magnifico. Todo mundo ia assistir.

Ocasião os meninos iriam jogar contra os do Batalhão dirigido pelo Sr. Placidino, lembram-se, e ele foi em minha casa e pediu-me para ir jogar contra este timaço. Disse a ele. Sr. Placidino, faz mais de um ano que não jogo devido o meu problema na vista e estou sem mínimas condições. Ele me disse em seguida. Adilson, você é um menino e não precisa de mais nada, portanto necessito de você para esse jogo. Insistiu comigo, falou com meu pai e acabei indo com um certo receio da goleada, que sempre acontecia.

No momento do jogo conheci alguns companheiros que já eram amigos, tais como Claudio Tifú, Antônio Cesário, Toninho Zóio, Reinaldo, Biba, o Antônio Carlos 21, recém chegado a Taubaté cujo pai veio ser diretor na Escola D. Pereira de Barros, O Porunga que não conhecia, Nelson da Independência e outros que não me recordo, me perdoem. O árbitro foi o saudoso Brasil Natalino que atuava pela Federação Paulista de Futebol. Pois bem, de cara Perruchinho, deu uma finta em Cesário, cruzou, fazendo o gol.

Pensei comigo é hoje, nova goleada, mas veio a surpresa inesperada. Ainda no primeiro tempo, Toninho Zóio, lançou-me uma bola na entrada na área e eu coloquei na forquilha sem defesa para o goleiro Guido, empatando o jogo em 1×1. Continuamos a jogar de igual para igual e em dado momento me lançaram uma bola dentro do nosso campo, sem impedimento pela regra. Recebi, parti em velocidade desde o meio campo, com alguns adversários atrás como Decinho, Renato e na saída do goleiro Guido, coloquei fora de sua ação passando a vitória em 2×1.

Depois de um ano retornei fazendo dois gols, perdendo mais uns dois e dando a vitória ao nosso time diante daquele invicto, talentoso. Para minha maior surpresa, o técnico Paulo Abhouala do infantil do Taubaté, foi a minha casa, falou com meu pai e comigo para ir jogar no infantil “time dos sonhos”. Aceitei e joguei por um bom tempo neste time ao lado de Claudio Tifu, e Cesarinho que foram comigo.

A linha do time passou a ser, Garrincha, Crisante, Eu Adilson, Lardinho e Perruche, la na frente observando o seu futebol criativo e de categoria. Ele preparava e eu marcava e a linha toda jogava por música. Saudades. Alguns se foram para o encontro com o Pai nosso Senhor. Lardinho, Perruche, Claudio Tifu, Bosquinho que eu me lembro. Quantas saudades e éramos bons amigos.

Essa garotada alegrava e trazia públicos que vinham assistir o bom time profissional do Taubaté e se deliciavam com os meninos nas preliminares. Enquanto estive neste infantil pelo que me lembro nunca perdi um único jogo e foi um bom tempo. Nosso técnico Paulo Abhoula tinha talento, visão, conhecimento, experiência para descobrir, aqueles meninos que surgiam para o bom futebol. Naquela época já se jogava “ Não está mais comigo”, quer dizer a bola não parava. Jogávamos em conjunto e os gols iam surgindo com belas jogadas para o delírio dos torcedores.

Comecei bem e futuramente chequei a ser convidado para treinar na Portuguesa de Desportos, já mais distante como adulto mais essa é outra história que contaremos mais adiante. Por hoje é só.

Adilson Barbosacolunista