Taubaté desperdiçou o primeiro turno? Dá prá corrigir!
Se algo nos chocou nos resultados do primeiro turno das eleições gerais em Taubaté foi o elevadíssimo número de abstenções (ausências). Nada menos que 21,99% dos eleitores no município deixaram de comparecer às urnas no dia 7 de outubro, o que significa 50.355 votos perdidos!
Só com esta quantidade de votos, a cidade poderia eleger um deputado federal e um estadual, dependendo do partido. E não elegemos nenhum, perdendo ainda o Padre Afonso, que nos representava na Assembléia Legislativa. Esta falta de representação é muito ruim para a cidade, que passa a depender de políticos de fora para levarem nossas reivindicações ao Governo do Estado e ao Governo federal. E muito mais poderia ter sido conquistado se os milhares que votaram tivessem escolhido bons candidatos locais.
Não adianta lamentar o erro cometido, que deve servir-nos de lição para as próximas eleições.
Outro ponto negativo, mas explicável, foi a altíssima votação dada ao ex-capitão e deputado (há 28 anos!) Jair Bolsonaro. Explica-se pela imensa campanha de fakenews nas redes sociais, só revelada pelo jornal Folha de S. Paulo e pela mídia internacional depois do pleito encerrado. Muita gente votou mal-informada, sem conhecer o candidato que fugiu de todos os debates, mesmo depois de liberado pelos seus médicos. Votaram mais “contra o PT, contra os políticos, contra tudo que está aí”, um voto de raiva e não da razão.
Acreditaram na imagem forjada de que Bolsonaro não é um político profissional (como afirmou um de seus assessores, o ex-general Heleno: “Bolsonaro não é capitão, é um político profissional”). Conformaram-se em votar em alguém que nada apresentou de propostas para os graves problemas nacionais, a não ser combater os gays e facilitar o acesso de todos à armas. “Minha especialidade é matar!”, declarou o candidato, esquecendo-se de que as cadeias estão cheias de pessoas muito mais competentes nesta área…
Quem sabe que a Democracia é o caminho civilizado de convivência nas sociedades modernas, com conflitos, acertos e erros, avanços e retrocessos, respeita o voto do eleitor. Mas o voto tem valor quando é esclarecido, fruto de comparação livre entre personalidades e idéias. O voto em Bolsonaro não foi a favor de nada; foi contra tudo e todos! Isso não constrói uma socidade, não une uma Nação em busca de melhores dias.
Quem tiver a curiosidade de pesquisar um pouco a biografia e as idéias deste ex-capitão, desligado do Exército por planejar atentados em quartéis que matariam colegas de farda, como protesto por aumento salarial (tudo constante em relatórios públicos do Exército que, inclusive, o condenou a 15 dias de prisão) verá que trata-se de um mito construído pela propaganda. Há centenas de oficiais das Forças Armadas que poderiam disputar uma eleição, que amam a Pátria e são leais ao povo que os paga para nos defender. Bolsonaro, não.
Seu curriculo, tanto militar como político, é muito baixo, inexpressivo. Não há um momento de brilho, de coragem, de inteligência!
Espero que desde as revelações sobre os crimes eleitorais cometidos nesta campanha, que incluem dinheiro estrangeiro, doações ilegais, gigantesca produção de mentiras (fakenews), agressões e até homicídios cometidos por tresloucados seguidores do discurso de ódio do candidato, a maioria dos irmãos taubateanos mude seu voto. Trata-se de defender a Democracia e evitar sofrimento e violência contra a maioria. O fascismo começa perseguindo um inimigo (Hitler escolheu os judeus) mas logo passa para outros, porque vive do ódio e da morte. Nem os ricos escapam, nem os brancos de olhos azuis, que se sentem elite e odeiam os mais pobres, os negros, os gays, as mulheres. A classe média desaparece num regime fascista e só o reduzido grupo de amigos do ditador prosperam, pelo roubo. Foi assim na Alemanha, foi assim na Itália de Mussolini, na Espanha de Franco, no Portugal de Salazar, no Chile de Pinochet.
A História serve para nos ensinar, e por isso é importante estudá-la. A Humanidade avança quando se evita repetir os erros e se aperfeiçoa os acertos.
O dr. Ulysses Guimarães, brasileiro conservador mas sempre democrata, nos ensinava que “Em Política, o ódio é péssimo conselheiro”.
E alguém nos disse ainda ontem que: “Votar no Bolsonaro é tomar veneno achando que quem vai morrer é o PT”….
Boa eleição a todos(as), com mais participação, por Taubaté, pelo Brasil e pela Democracia!
RELANCES
out 24, 2018Bruno FonsecaRELANCESComentários desativados em RELANCESLike