Estudo é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Um estudo inédito divulgado, dia 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que as regiões Sudeste e Sul do país concentram a maior parte das áreas suscetíveis a deslizamentos. Intitulado Suscetibilidade a Deslizamentos do Brasil: Primeira Aproximação, o mapeamento foi feito levando em conta a geologia, a geomorfologia, a pedologia, a cobertura e o uso da terra, a vegetação, a declividade e a pluviosidade.
O Brasil tem 5,7% do seu território com suscetibilidade muito alta a deslizamentos. Outros 10,4%, alta suscetibilidade. Quando se olha para cada região, no entanto, os dados são bem discrepantes. Enquanto 23,2% das áreas do Sudeste têm suscetibilidade muito alta a deslizamento e 24,6% suscetibilidade alta, no Norte esses percentuais são respectivamente de 1,6% e 6%.
O mapeamento mostra a Região Sul na segunda posição, atrás do Sudeste. Ela tem 15,6% do território com suscetibilidade a deslizamento muito alta e 24,5% suscetibilidade alta. Já o Centro-Oeste e o Nordeste registram, respectivamente, 3,6% e 3,8% de áreas com suscetibilidade muito alta e 8,2% e 10,1% de áreas com suscetibilidade alta.
Metodologia
Conforme a metodologia adotada pelo IBGE, a declividade foi a variável que teve o maior peso na construção do mapa. “Sul e Sudeste concentram as maiores áreas de suscetibilidade alta ou muito alta a deslizamento, por serem regiões serranas ou planálticas edificadas em terrenos geológicos de grande mobilidade e fragilidade crustal”, destaca o órgão. O Rio de Janeiro, com 53,9% de seu território; Espírito Santo com 44,9%, e Santa Catarina com 33,7%, foram as unidades da Federação que mais se mostraram altamente suscetíveis.
O IBGE aponta ainda que as características do meio físico, o clima tropical e a alta pluviosidade, faz com que o Brasil apresente um conjunto de fatores que favorece, em algumas regiões, o desencadeamento de fenômenos de deslizamentos. “Soma-se ainda a esse cenário uma dinâmica de uso e ocupação da terra muitas vezes desordenada”, acrescenta o órgão, que aposta na publicação como um instrumento para ajudar na diminuição do impacto dos deslizamentos para populações mais sensíveis.