Um estudo realizado pelo departamento econômico do Sincovat (Sindicato do Comércio Varejista de Taubaté e região), com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), nos 4 primeiros meses de 2020, as cidades que compõem a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte já perderam mais de 18 mil empregos formais, resultado de 57.288 admissões e 75.338 desligamentos.
Em números absolutos, São José dos Campos e Taubaté registraram as maiores quedas na empregabilidade em 2020, respectivamente -5.067 vagas e -3.210 vagas. Já quando se calcula a perda proporcional de empregos pelo estoque ativo de vínculos no mês de janeiro, destaques negativos a Roseira (-12,24%) e Ilhabela (-10,80%). Dos 39 municípios que compõem a RM Vale, apenas nove possuíram mais admissões que desligamentos. Deles, o destaque foi Jambeiro, com +150 vagas.
Somente no mês de abril, o saldo negativo na região foi de 12.673 postos de trabalho com carteira assinada a menos. Das 39 cidades, 37 ficaram no negativo. Novamente, em números absolutos, chamam atenção os desempenhos de São José dos Campos (-3.992 vagas) e Taubaté (-1.961 vagas). Proporcionalmente ao estoque ativo de janeiro, piores cenários em Roseira (-6,99%) e Aparecida (-6,74%).
Em Taubaté, especificamente em abril, foram -1.961 vagas perdidas. Destaque ao comércio (-433 vagas), indústria de transformação (-355 vagas) e serviços administrativos (-278 vagas). Desde janeiro o saldo negativo total é de 3.210 empregos, sendo -862 nos serviços administrativos, -833 nas indústrias de transformação e no -773 no comércio.
“Esses números são resultados dos severos impactos da epidemia da Covid-19 e do necessário isolamento social trazido por ela. É uma crise sem precedentes. Um verdadeiro choque de oferta e de demanda que afeta praticamente todos os locais e setores econômicos”, explica Dan Guinsburg, presidente do Sincovat e vice-presidente da FecomercioSP.
Para Dan, os dados do emprego são a ponta final de um “ciclo autodestrutivo” da corrosão do fluxo econômico. Com a queda brusca do consumo e impossibilidade de funcionamento das empresas há substancial retração das receitas empresariais. Isso leva a um movimento forte de diminuição de custos, sendo o quadro funcional formal um dos fixos.
“E esse ciclo tem continuidade, pois com mais desempregados, há mais retração do consumo das famílias, agravando nos próximos meses ainda mais o cenário. E isso ganha magnitude setorial, dado que o varejo não vendendo, puxa para baixo e atacado e consequentemente a indústria. O que preocupa, além do óbvio cenário é que a crise é mundial e sem horizonte. E é essa imprevisibilidade nos coloca desafios nunca vistos”, comenta o presidente do Sincovat.