Que certas situações da vida não se resolvem de forma diferente de um processo todo mundo já sabe, mas e o contrário? Será que uma demanda, ou várias demandas podem mudar alguma coisa fora do processo?
A resposta é sim, e isso também faz parte da estratégia processual adotada por um advogado. Não basta apenas considerar o seu sucesso diante do judiciário, mas também o efeito gerado fora dele.
Como eu digo, a atuação do advogado vai além do processo judicial, existe também a assessoria direta, a consultoria, o planejamento jurídico, e por aí vai.
Dentro de um processo temos o retrato de uma situação que ocorreu fora dele, ou seja, trata de um fato que, em sua maioria, já ocorreu, discutindo sobre o passado, mas não se desconsidera o seu evento no presente. A exemplo disso temos ações do consumidor diante de uma empresa, ou reclamações trabalhistas contra uma empresa, em que o estrago financeiro é tamanho que o estabelecimento comercial pode concluir as suas atividades.
Imaginemos uma loja com 5 empregados, e os 5 clamam seus direitos pelo poder judiciário. Os direitos dos trabalhadores devem ser respeitados, obviamente, mas enquanto se discute estes direitos em juízo a empresa pode ter que fechar as suas portas para pagar o montante devedor.
Isso é um exemplo dentre tantos outros sobre a consequência gerada pelos processos. E não pensemos que isso é raro, muito pelo contrário, conforme as demandas judiciais começam a bater na porta de alguém, o desespero pode tomar conta e então fazer com que essa pessoa comece a praticar outros atos.
Nos processos de falência podemos ver isso de forma clara, uma empresa pode tentar sobreviver de alguma maneira para diminuir o prejuízo de alguns credores, tudo que acontece no processo reflete fora dele. Vivenciamos algo parecido no processo falimentar da Varig.
Por mínimo que seja o processo, o advogado deve se atentar aos acontecimentos fora dele, preservar o seu cliente e controlar os danos gerados. Essa é a função social e de interesse público do advogado.