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quarta-feira 27 novembro 2024
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Reencarnação

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador
Existe diferença de conteúdo entre os vocábulos ressurreição e reencarnação?
Sim, há grande diferença entre um vocábulo e outro, embora no passado o mesmo vocábulo tenha sido utilizado para significar tanto a ressurreição quanto a reencarnação ou palingenesia.
A reencarnação, como sabemos, fazia parte dos dogmas dos judeus sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, seita judia formada por Sadoc por volta do ano 248 a.C., cuja crença era a de que tudo acabava com a morte, não acreditavam nisso.
Os judeus acreditavam firmemente que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam com o vocábulo ressurreição o que o Espiritismo chama de reencarnação.
Ressurreição diz respeito ao corpo de alguém que morreu. A palavra pode assim aplicar-se a Lázaro e à filha de Jairo, mas não a Elias, nem aos outros profetas que viveram na Terra muitos séculos antes do advento de Jesus.
Se é possível a ressurreição nas chamadas mortes aparentes, que é certamente o que ocorreu com Lázaro, ressuscitar um corpo que já se acha com seus elementos dispersos ou absorvidos é cientificamente impossível.
Reencarnação é outra coisa. É a volta do Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo formado especialmente para ele e que nada tem de comum com a antigo.
Quando Jesus disse a Nicodemos: “Em verdade, em verdade, te digo: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”, ante a estranheza do senador dos judeus que não entendia como tal situação poderia ocorrer, Jesus replicou como que surpreendido: “Como pode isso fazer-se? Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. Mas, se não credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos falo das coisas do céu?” (João, 3:1 a 12.)
Quando Jesus disse que Elias já viera e, em seguida, explicou que ele e João Batista eram a mesma pessoa, ele estava se referindo não à ressurreição, mas à reencarnação de Elias, visto que o grande profeta vivera vários séculos antes do Cristo e que João fora visto menino e, por sinal, era seu primo.
A reencarnação constitui um dos princípios fundamentais do Espiritismo, que a apresenta como um dos fatores indispensáveis ao progresso dos Espíritos.
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Qual a diferença entre metempsicose e reencarnação?
A reencarnação é a volta de um Espírito a uma nova encarnação, processo que o Criador nos concede para atingirmos a meta de nossa evolução, de nosso progresso individual e do mundo em que vivemos. Não se deve confundi-la com metempsicose, porque a reencarnação dos Espíritos só se dá na espécie humana, enquanto a doutrina da metempsicose, que o Espiritismo não admite em nenhuma hipótese, admite a retrogradação, ou seja, a reencarnação de uma alma humana em corpos de animais e vice-versa.
A Doutrina Espírita é, no tocante a esse assunto, bastante precisa: o homem pode estacionar, mas nunca retroceder na sua caminhada rumo à perfeição. A doutrina da reencarnação, tal como ensinada pelo Espiritismo, se funda na marcha ascendente da Natureza e no progresso do homem, dentro de sua própria espécie. Ele pode, numa existência futura, renascer em um meio mais humilde, mais singelo, menos dotado de recursos materiais, mas será sempre ele mesmo, com a inteligência e as virtudes adquiridas ao longo do tempo por seu Espírito.
A doutrina da metempsicose constitui um equívoco, mas é provável que sua origem repouse num fato verdadeiro, ou seja, a passagem do princípio espiritual, em seu processo evolutivo, pelos reinos inferiores da Natureza. Mas, chegado ao chamado reino hominal, não existe nenhuma possibilidade de reencarnar em corpos de criaturas pertencentes aos reinos inferiores à Humanidade.
O Espírito só chega ao período de humanização depois de se haver elaborado e individualizado nos diversos graus dos seres inferiores da Criação, como é ensinado na obra de Kardec, de Delanne e de André Luiz.
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Quando reencarnamos, voltamos sempre ao mesmo grupo familiar, ou podemos renascer em outra família e mesmo em outro país?
Nossas diferentes existências tanto se passam na Terra como nos diferentes mundos que povoam o Universo. Os vínculos espirituais fazem com que geralmente voltemos ao mesmo círculo de que participamos antes em existências passadas, mas pode perfeitamente ocorrer que sejamos enviados a grupos e locais diferentes, sem que se perca a ligação com aqueles que formam o que chamamos família espiritual. Tudo depende da natureza da prova ou da missão que nos é confiada.
A reencarnação – ao contrário do que muitos pensam – não destrói os laços de família, mas os distende. Como a parentela se baseia geralmente sobre as afeições anteriores, os laços que unem os parentes são menos precários, de modo que podemos perfeitamente encontrar, entre os vizinhos e entre os servidores, Espíritos que estiveram ligados a nós pelos laços consanguíneos.