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quarta-feira 27 novembro 2024
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Reencarnação

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador
Quando o homem reencarna? E por que reencarna?
O Espírito reencarna quando chega o momento de vivenciar novas provas e expiações. O tempo entre uma encarnação e outra varia de alguns anos a muitas décadas, dependendo sempre do merecimento e da necessidade do Espírito.
Os homens reencarnam porque é da Lei de Progresso que exista o aperfeiçoamento constante. Mas chega um dia em que não mais é preciso encarnar – é quando o Espírito atingiu o cume da evolução, quando não precisa mais da matéria para evoluir. Ele chegou então à condição de Espírito puro, ou seja, depurado das imperfeições que nos caracterizam até atingirmos esse nível evolutivo. Mas, até que se torne Espírito puro, a criatura humana precisa da matéria para aprender e adquirir os valores intelectuais e morais que se incorporarão ao ser imortal. A passagem pela experiência na matéria constitui, assim, uma necessidade para a evolução – o que explica o processo reencarnatório.
Como o Espírito não consegue aprender tudo o que é necessário para tornar-se um Espírito puro em uma única encarnação, ele recebe então de Deus a graça de continuar em outras vidas o que apenas começou na primeira. Daí serem necessárias muitas e muitas encarnações para terminar o aprendizado que o corpo carnal possibilita. A reencarnação é uma bênção de Deus, que não quer a morte de pecador, mas sim que ele se converta e viva (Ezequiel, capítulo 33, versículo 11).
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Se o homem viveu antes, por que não se lembra de suas existências anteriores?
Não temos durante a existência corpórea lembrança do que fomos e do que fizemos nas anteriores existências, mas possuímos disso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado.
Não fossem a nossa consciência e a vontade que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, seria difícil resistir a tais pendores. A aptidão para essa ou aquela profissão, a maior ou menor facilidade nessa ou naquela disciplina, as inclinações interiores – eis elementos que não teriam justificativa alguma se não existisse a reencarnação.
Com efeito, se a alma fosse realmente criada junto com o corpo da criança, as pessoas deveriam revelar igual talento e idênticas predileções, mas não é isso que vemos.
No esquecimento das existências anteriores, sobretudo quando foram amarguradas, há algo de providencial e que atesta a bondade e a sabedoria do Criador. Tal como se dá com os sentenciados a longas penas, todos nós desejamos apagar da memória os delitos cometidos e felizes ficamos quando a sociedade não os conhece ou os relega ao esquecimento. A razão desse desejo é fácil de explicar.
Dá-se o mesmo com relação à volta do Espírito a uma nova existência corpórea.
Frequentemente – ensina o Espiritismo – renascemos no mesmo meio em que já vivemos e estabelecemos de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenhamos feito. Se reconhecêssemos nelas criaturas a quem odiamos, talvez o ódio despertasse outra vez em nosso íntimo, e, ainda que tal não ocorresse, sentir-nos-íamos humilhados na presença daquelas a quem houvéssemos prejudicado ou ofendido.
Evidentemente, o esquecimento do passado – que constitui uma regra nos processos reencarnatórios – não se estende à vida espiritual, em que recobramos a memória das peripécias passadas de acordo com a necessidade de que isso se dê, o que revela mais uma vez a bondade do Pai para com seus filhos.