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quinta-feira 28 novembro 2024
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Qual o papel da vontade nos tratamentos magnéticos?

• Jacob Melo
Quando tomamos O Livro dos Espíritos para lê-lo, de capa a capa, encontramos, em apontamento do próprio Allan Kardec à questão de número 33, uma primeira conexão direta entre a ação magnética e a vontade: “Este princípio explica o fenômeno conhecido de todos os magnetizadores e que consiste em dar-se, pela ação da vontade, a uma substância qualquer, à água, por exemplo, propriedades muito diversas: um gosto determinado e até as qualidades ativas de outras substâncias. Desde que não há mais de um elemento primitivo e que as propriedades dos diferentes corpos são apenas modificações desse elemento, o que se segue é que a mais inofensiva substância tem o mesmo princípio que a mais deletéria. Assim, a água, que se compõe de uma parte de oxigênio e de duas de hidrogênio, se torna corrosiva, duplicando-se a proporção do oxigênio. Transformação análoga se pode produzir por meio de ação magnética dirigida pela vontade”. (grifei)
Contudo, não deve restar dúvidas sobre o que o Codificador quer explicitar: Magnetismo e vontade. Tanto que ele ratificou o assunto em O Livro dos Médiuns, no item 131, o qual me permitirei transcrever por inteiro, grifando o que merece destaque: “131. Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem conhecido em magnetismo, mas inexplicado até hoje: o da mudança das propriedades da água, por obra da vontade. O Espírito atuante é o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético que, como atrás dissemos, é a substância que mais se aproxima da matéria cósmica, ou elemento universal. Ora, desde que ele pode operar uma modificação nas propriedades da água, pode também produzir um fenômeno análogo com os fluidos do organismo, donde o efeito curativo da ação magnética, convenientemente dirigida. QUAL O PAPEL DA VONTADE NOS TRATAMENTOS MAGNÉTICOS? JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 02 – julho – 2015 Pág. 18
“Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo. Porém, como se há de explicar a ação material de tão sutil agente? A vontade não é um ser, uma substância qualquer; não é sequer uma propriedade da matéria mais etérea que exista. A vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante. Com o auxílio dessa alavanca, ele atua sobre a matéria elementar e, por uma ação consecutiva, reage sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas vêm assim a ficar transformadas.
“Tanto quanto do Espírito errante, a vontade é igualmente atributo do Espírito encarnado; daí o poder do magnetizador, poder que se sabe estar na razão direta da força de vontade. Podendo o Espírito encarnado atuar sobre a matéria elementar, pode do mesmo modo mudar-lhe as propriedades, dentro de certos limites. Assim se explica a faculdade de cura pelo contato e pela imposição das mãos, faculdade que algumas pessoas possuem em grau mais ou menos elevado”. Alguém poderia dizer que Allan Kardec estava opinando apenas por ter sido magnetizador – seus registros pessoais informam tê-lo sido por 35 anos (veja a introdução de O Livro dos Espíritos, item XVI; na Revista Espírita de maio de 1859, quando da refutação a um artigo de O Universo; e na biografia de Allan Kardec, contida no livro O Principiante Espírita) – mas basta seguir na leitura de O Livro dos Espíritos e logo encontraremos o Mundo Espiritual reafirmando tudo isso. Vejamos na questão 556: “A força magnética pode chegar até aí [cura instantânea], quando secundada pela pureza dos sentimentos e por um ardente desejo de fazer o bem, (…)”. (grifei)
Como todas essas citações são por demais lúcidas, permito-me sequer aditar comentários diretos. Certamente você, com uma leitura atenta, perceberá como essa alavanca, chamada vontade, é fundamental.
Os grandes magnetizadores sempre a ela se referiram, desde Mesmer até os lúcidos estudiosos de sempre. O próprio Jesus provou a força de seu querer, como se lê nessa passagem de Mateus, VIII: “2 E eis que veio um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. 3 Jesus, pois, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. No mesmo instante ficou purificado da sua lepra”. Com tal expressão, disse que querer é a grande expressão da força de vontade.