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sexta-feira 20 setembro 2024
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Qual é a importância de termos Religião?

• Gerson Sestini – Rio de Janeiro/RJ
Vivemos dias confusos e incertos. Tropeçamos nos disparates que se opõem a cada passo que damos em busca de um mundo melhor. E isto tem se agravado, começando nos povos que se nomeiam como ‘primeiro mundo’, tão ilógicos, tão impassíveis diante da agonia de nações inteiras. Não me refiro à insatisfação intelectual destas, mas à fome, à inanição, doenças extintas que ressurgem da miséria…. Não se sente mais a compaixão seguida do amor caritativo. A misericórdia deixa de emanar aos que são subalternos, tanto cultural como economicamente.
Embora os terríveis sofrimentos por que passaram, estas nações ditas civilizadas, completaram o século 20 com os piores governos que se possa imaginar, com guerras civis e santas, entretanto, as religiões, apesar dos desmandos e sofrimentos infligidos à humanidade, subsistiam e exerciam algum freio na fúria destruidora do materialismo dominante daquelas poderosas nações.
Segundo Mahatma Gandhi: ‘Uma vida sem religião é como um barco sem leme’, e acreditamos que parte da humanidade que se julga superior às demais navega neste barco, causando sérios transtornos às populações menos importantes e carentes.
As crenças calcadas na esperança do amor e da justiça divinas estão sendo banidas nos povos mais intelectualizados, porém, moralmente menos civilizados. Tomaram seus lugares o egoísmo brutal, a ambição feroz e o imediatismo das sensações fugazes.
E o barbarismo das religiões radicais? Questionam. Não continuam elas contribuindo também para que se agrave esse estado caótico do comportamento hedonista dos poderosos que imperam neste século?
Na generalidade, não sabemos o quanto de suas implicações no estado atual da política mundial. Não convém tomar parcelas pelo todo. As promessas que oferecem para os que sacrificam a vida não deixam de ser uma das formas de dar esperanças…
O que se tem de comprovação no estado social em que nos encontramos, é de que sem esperança não se alcança a paz e muito menos a satisfação de viver. E a esperança que conforta e acalma, só as religiões conseguem oferecer. Se estas forem banidas, restarão apenas as alegrias momentâneas, seguidas do buraco negro do niilismo, alcançável com mais presteza pelo suicídio.
Considerando apenas a filosofia que nos induz à religiosidade e sua base em fatos cientificamente comprovados, há bom tempo atrás surgiu o Espiritismo.
Contudo, não tem ele suas raízes nas mesmas superstições que deram origem às religiões ultrapassadas? Poderão indagar. Não segue o Espiritismo as mesmas tradições fantasiosas e lendárias dos livros sagrados?
Não é verdade. O Espiritismo se originou de fatos ocasionados por faculdade humana – a mediunidade – que revela vida fora da matéria, isto é, a existência de seres que foram homens e mulheres e que continuam existindo em outra dimensão. Estes fatos sempre existiram porque a faculdade da mediunidade manifesta-se no ser humano desde que ele adquiriu consciência. O Espiritismo não tem raiz em nenhuma religião, embora os fenômenos espíritas tivessem dado origem a todas elas.
Mas, o Espiritismo não se mostra como uma seita cristã? Afirmamos que a filosofia espírita adotou a moral cristã como conduta de vida, mas nada tem a ver com os dogmas do cristianismo, criados pela teologia sectária, séculos após a crucificação de Jesus, e muito menos pelos rituais pagãos enxertados em suas práticas. Para os espíritas, Jesus é o Mestre por excelência, o paradigma a ser atingido pelo espírito em sua evolução rumo à perfeição, destino de todos os seres pensantes, ora na matéria, ora fora dela. Se o Espiritismo nos mostra os efeitos negativos da má escolha pelo livre arbítrio, faculdade esta conquistada através de inúmeras experiências na matéria, a esperança na felicidade se enraíza no espírito garantindo-lhe equilíbrio mental para superar as mazelas da vida biológica, e a obrigatória colheita de suas ações, tanto as boas, quanto as más.
Se as religiões tradicionais, englobando as radicais, não lhe atraem, procure conhecer a filosofia espírita sem os preconceitos que a ignorância e a má fé dos radicais procuram incutir em seus possíveis adeptos, ameaçando-os com o seu vingativo Deus, no desenfreado proselitismo a que se entregam.