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terça-feira 26 novembro 2024
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Qual a diferença entre o trabalho dos magnetizadores e os passes que comumente se tem aplicado nos Centros Espíritas, fazendo com que os resultados obtidos pelos primeiros sejam tão superiores?

• Jacob Melo
Esta questão nos arremete aos aspectos vinculados ao estudo, à investigação, à pesquisa e ao lado científico, propriamente dito, do Espiritismo.
É de se lamentar que praticamente todas as instituições espíritas do Brasil – e por que não dizer do exterior também – tenham, em suas práticas regulares, a aplicação do passe. Só que um passe distante daquele ensejado pelo codificador, Allan Kardec.
Em meu livro “Reavaliando Verdades Distorcidas” procuro deixar bastante evidente o quanto Allan Kardec nos encaminhou na direção da ligação mais direta, estreita e profunda com o Magnetismo e que, apesar disso, estamos nos distanciando de forma absurda e até mesmo perigosa.
Temos tratado – e realizado – o passe, via de regra, mais como um ritual, uma crença ou mesmo como um sincretismo do que como um dos mais preciosos pontos de apoio do próprio Espiritismo. O quase total descaso com que o Magnetismo vem sendo observado, acompanhado e estudado no nosso meio só poderia produzir isso mesmo: desvios e pouca eficiência. Uma das justificativas para isso é que até hoje estejamos privados de obras como as do barão Du Potet, do eminente Puységur, do valoroso e inigualável Deleuze, simplesmente porque nunca houve interesse em traduzi-las para o português, mesmo se sabendo que esse assunto interessa não apenas aos espíritas, mas a todo estudioso do psiquismo humano e de qualquer terapia chamada “não convencional”. E se hoje dispomos da tradução de livros de Mesmer isto devemos ao labor quase isolado de um pesquisador notável, que é o Paulo Henrique de Figueiredo.
Mas voltemos ao cerne da pergunta. Por que não se vê tanta eficiência nos passes convencionais em relação aos passes aplicados com riqueza de técnicas de magnetismo? Simplesmente porque passe não é milagre nem ocorrência fortuita, onde o passista é apenas um singelo elemento dentro do processo; o passista é um precioso elemento nessa ocorrência, mas para que isso se dê de fato é imperioso que o passista estude, conheça, compare, pesquise, avalie, busque feed-back e não acredite que “apenas os Espíritos” fazem a cura, pois ela passa, necessariamente, pelo magnetizador. A atual e feliz onda de ressurgimento da aplicação mais responsável e respeitável do magnetismo vem provando isso para todo aquele que queira ver e saber.
É isso.
• Extraído do Jornal Vórtice ano I, n.º 09.