Fátima Bezerra (PT) eleita governadora do Rio Grande do Norte
O PT saiu derrotado ontem na disputa para a Presidência da República mas, no novo mapa político por estados, é o partido com mais governadores eleitos em 2018 e se reafirmou como a principal força na região Nordeste. A legenda termina os dois turnos com quatro eleitos. MDB, PSDB, PSB e o PSL, do presidente eleito Jair Bolsonaro, vêm em seguida, cada um com três governadores.
As quatro vitórias petistas aconteceram no Nordeste. Camilo Santana, do Ceará, Rui Costa, da Bahia, e Wellington Dias, no Piauí, haviam sido reeleitos já no primeiro turno e com margens folgadas de votos. Ontem, a senadora Fátima Bezerra foi confirmada como nova governadora do Rio Grande do Norte.
O partido do militar, o PSL, até então sem nenhum governador na sigla e uma das novas forças que saem destas urnas, assumirá os Executivos de Roraima, Rondônia e Santa Catarina.
Em São Paulo, por exemplo, o tucano João Dória compareceu ontem ao seu local de votação usando uma camiseta com a inscrição “Bolsodoria”. Ele foi o vitorioso no maior Estado do País. Seu partido, O PSDB, fez também os governadores de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Sul. O gaúcho Eduardo Leite tem 33 anos e será o mais jovem governador do País.
No Rio de Janeiro, o ex-juiz federal Wilson Witzel, do PSC, também adotou o discurso conservador, predominante em toda a campanha presidencial, e se beneficiou no resultado das urnas. Ele teve os filhos de Bolsonaro frequentando seu palanque e, no primeiro turno, saltou de 1% na intenção nas primeiras pesquisas, ainda em agosto, e fechou o primeiro turno com 41,2% dos votos. Ontem, venceu o ex-prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (DEM), com mais de 1,5 milhão de votos de vantagem. O PSC também fez o governador do Amazonas, o jornalista Wilson Lima.
O MDB segue como força no desenho político com três governadores. Curiosamente, dois dos eleitos da sigla, Renan Filho (Alagoas) e Helder Barbalho (Pará), deram vitórias a Haddad em seus Estados e o advogado Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, não declarou votos nem ao petista nem a Bolsonaro. Obteve a segunda maior votação no segundo turno (69,79%).
Os três governadores do PSB haviam sido eleitos ainda no primeiro turno: Pernambuco, Paraíba e Espírito Santo. O PSD elegeu Ratinho Júnior (Paraná) no primeiro turno, que apoiava Jair Bolsonaro, e ontem venceu a disputa de Sergipe com Belivaldo Chagas, que teve apoio do PT de Fernando Haddad. Das legendas com um governador eleito, Waldez Góes (PDT), no Amapá, e Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais foram eleitos ontem. Flávio Dino (PCdoB), no Maranhão, Gladson Cameli (PP), no Acre, e Mauro Carlesse (PHS), no Tocantins, haviam sido eleitos no primeiro turno.
Em Minas Gerais, a vitória de Romeu Zema, do Novo, foi a maior vantagem na disputa do segundo turno. Mais de 4,2 milhões de votos de diferença para o concorrente tucano Antonio Anastasia (71,8% a 28,2%). O partido foi a principal surpresa das eleições de 2018. A legenda foi registrada somente em 2015, esta foi a segunda eleição que participou e não tinha nem sequer representante na Câmara Federal. Zema também surfou na onda bolsonarista e saltou de desconhecido a líder de primeiro turno e vitorioso ontem.
