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quarta-feira 27 novembro 2024
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Prova e expiação

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador
Qual é a diferença entre prova e expiação?
Ensina o Espiritismo que os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria e que todos se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita.
Essa melhora se efetua por meio da encarnação. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral (LE, Introdução, item VI).
Provas são, assim, testes, oportunidades de aquisição de experiência, dificuldades que nada têm a ver com equívocos ou erros cometidos no passado. Riqueza, beleza, vida fácil, tanto quanto pobreza, feiura, vida difícil são provas.
Expiação decorre de faltas cometidas pelo Espírito. Segundo a questão 998 d´O Livro dos Espíritos, a expiação se cumpre durante a existência corporal mediante as provas a que o Espírito se acha submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de inferioridade do Espírito.
Assim é que o mau rico, por expiação, poderá vir a ter de pedir esmola e se verá a braços com todas as privações oriundas da miséria; o orgulhoso, com todas as humilhações; o que abusa de sua autoridade e trata com desprezo e dureza seus subordinados se verá forçado a obedecer a um superior mais ríspido do que ele o foi.
Na questão 262, “a”, da obra citada, os imortais informam que Deus jamais apressa a expiação e só a impõe ao Espírito que, pela sua inferioridade ou má-vontade, não se mostra apto a compreender o que lhe seria mais útil, e quando tal existência serve para sua purificação e progresso.
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Qual é o significado da expressão mundo de expiação e provas aplicada no Espiritismo ao planeta em que vivemos?
Os mundos, segundo a Doutrina Espírita, dividem-se em cinco categorias. Há os mundos primitivos, os mundos de expiação e provas, os mundos de regeneração, os mundos felizes ou ditosos e os mundos celestes.
Nos chamados mundos de expiação e provas, que é a atual condição da Terra, o mal predomina e é essa a razão por que neste planeta o homem vive a braços com tantas misérias.
Na Terra, informa o Espírito de Santo Agostinho, os Espíritos em expiação são, se assim se pode dizer, seres estrangeiros, indivíduos que já viveram em outros mundos. Contudo, nem todos os Espíritos que aqui encarnam vêm para ele em expiação. As raças chamadas selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância espiritual e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contato com Espíritos mais adiantados.
Vêm depois delas as raças semicivilizadas, constituídas desses mesmos Espíritos em via de progresso. Essas são, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aqui se elevaram pouco a pouco, em longos períodos seculares.
Um dia, evidentemente, a Terra sairá de sua atual condição de mundo de expiação e provas e passará à condição de mundo de regeneração, porquanto o globo está, como tudo na Natureza, submetido à lei do progresso.
No entendimento de muitos estudiosos do Espiritismo, esse dia ainda está muito longe porque a mudança depende dos Espíritos que aqui se encarnam. Eis por que Jesus, aludindo a esse momento, afirmou que nem ele nem os anjos sabem quando o fato se dará; somente o Pai o sabe.