Uma proposta de conciliação de greve será votada pelos trabalhadores e trabalhadoras na LG Taubaté na próxima segunda-feira (19). A assembleia será realizada às 7h30 na portaria principal da fábrica.
A proposta de conciliação foi construída em uma audiência do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), realizada nesta sexta-feira (17). A sessão foi realizada por videoconferência.
A proposta estabelece cinco pontos, entre eles a retomada das negociações entre o Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região) e a LG.
- A empresa pagará os dias de greve;
- Retomada da negociação entre Sindicato e LG, partindo da última proposta apresentada em assembleia;
- Estabelecimento de um calendário de negociação entre Sindicato e empresa, de 19 a 23 de abril;
- Sugestão do TRT de uma reunião ampliada, com participação de Sindicato, LG, Ministério Público do Trabalho, Tribunal Regional do Trabalho, Legislativo Municipal e Estadual, Executivo Municipal e Estadual para discutir a possibilidade da permanência do IT (monitores e notebooks) em Taubaté;
- Suspensão da greve com retorno ao trabalho em caso de aprovação do conjunto da proposta de conciliação;
Essa proposta de conciliação já foi enviada aos trabalhadores pelo Sindicato e será colocada em votação em assembleia na próxima segunda-feira (19), às 7h30.
Entenda o caso
Em janeiro deste ano começaram a circular informações no mercado e na imprensa sul-coreana sobre uma possível venda da divisão de celulares da LG. O Sindicato acionou a empresa, mas recebeu ofícios com respostas evasivas. Um pedido de reunião com o presidente da LG também não foi atendido.
Diante do cenário de incertezas, em 26 de março, os trabalhadores aprovaram o estado de greve. No dia 5 de abril, a fabricante sul-coreana disparou um comunicado onde informava o encerramento global da divisão de celulares, alegando que a área acumulava um prejuízo de 4,1 bilhões de dólares.
No dia seguinte, em reunião com o Sindicato, a empresa informou que pretende levar a linha de notebooks e celulares de Taubaté para Manaus. A LG alega que na capital do Amazonas terá terá incentivos fiscais, o que não ocorre no estado de São Paulo.
Após reuniões com o Sindicato, a empresa apresentou uma proposta de indenização aos trabalhadores. Mas o pacote foi rejeitado em assembleia no dia 12 abril. Os funcionários aprovaram então uma greve por tempo indeterminado.
Cerca de 700 empregos estão ameaçados pelo encerramento da produção de celulares e pela transferência da linha de notebooks e monitores de Taubaté para Manaus.