A decisão do ministro Fux, nesta quinta feira, 17, ficou suspenso de tramitação na Justiça, o processo que apura a movimentação financeira de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Fábio Bolsonaro, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
Comentando o episódio, o ex-promotor em Taubaté, Antonio Osório, que hoje mora fora do Brasil, disse ontem:
“O ministro Fux suspendeu as investigações do “Caso Queiroz” com base no foro privilegiado de Flávio Bolsonaro, mesmo antes dele assumir o cargo de Senador.
Com a decisão, o ministro do STF criou “o foro privilegiado preventivo”, como muitos comentam”. E disse mais: “ Em maio do ano passado, quando o STF reduziu o alcance do foro por prerrogativa de função, o próprio Fux decidira: “que o Supremo fosse reservado somente para os ilícitos praticados no cargo [de deputado federal e senador] e em razão dele”.
O promotor acredita que a decisão pegou mal até entre os partidários do novo governo.” Pegou mal porque, entre outros motivos, o principal pilar da campanha eleitoral no ano passado foi a moralidade administrativa e a honestidade absoluta, inclusive com a pregação do fim do foro privilegiado.”, lembra Ozório.
E avalia que “por todas as juras de comportamento ético durante a campanha, a suspensão da investigação fez aumentar as suspeitas de irregularidades no referido caso”, explica.Para Ozório,
“desse jeito, o governo corre o risco de perder rapidamente o apoio popular obtido durante as eleições. Afinal, como sabemos, para quem prega a honestidade como bandeira é preciso comportar-se como a mulher de César, “não basta ser honesta, tem que parecer honesta”.