Dados da OMS alertam para níveis elevados de resistência aos antibióticos no mundo; Pesquisa desenvolvida por acadêmicos mostra que a ingestão dos lactobacilos colabora para o aumento da imunidade
Pesquisa desenvolvida por um grupo de acadêmicos dos cursos de Farmácia e Biomedicina da Anhanguera de São José dos Campos mostra que a adoção de probióticos – bactérias benéficas que vivem no intestino e melhoram a saúde geral do organismo – na alimentação é mais importante do que se imagina: os estudos, feitos com leite fermentado, apontaram que eles têm importante influência na manutenção e aumento do sistema imune, podendo ser utilizado como uma alternativa preventiva contra infecções bacterianas.
Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o mundo passa por uma grave situação da resistência aos antibióticos. De acordo com pesquisa do Global Antimicrobial Surveillance System (GLASS), há uma ocorrência generalizada nos últimos anos, em que 500 mil pessoas apresentaram suspeita de infecção bacteriana em diversos países, por oposição aos medicamentos.
“Desde sua descoberta, o uso do antibiótico foi uma das ações mais relevantes para o controle das doenças infecciosas, porém, a eficácia de alguns está sendo abalada pelo aumento da resistência bacteriana”, destaca o professor Vitor Martins de Andrade, do curso de Farmácia da Anhanguera e idealizador da pesquisa com os probióticos, em conjunto com estudantes da graduação.
Segundo o especialista, uma das bactérias que apresenta maior índice de resistência, a P. aeroginosa, pode causar de infecção intestinal à septicemia – também conhecida como sepse (infecção generalizada), seja por bactérias, fungos ou vírus, que acaba causando disfunção orgânica, ou, que dificulta o funcionamento normal do corpo, podendo levar à morte.
“Os experimentos preliminares que desenvolvemos na faculdade mostraram que os probióticos, no caso, os lactobacilos dos leites fermentados industrializados que podem ser encontrados facilmente nos mercados, têm uma atividade profilática – ou, preventiva, em relação a instalação do quadro infeccioso”, aponta Vitor. “Por isso é importante adotá-los na alimentação diária, pois contribuem para a saúde geral e possivelmente podem ser utilizados para minimizar quadros de infecções bacterianas”, conclui.