O NUPES calcula o custo da cesta básica recomendada para uma família com 5 pessoas e renda mensal de até 5 salários mínimos vigentes (R$ 4.990,00) desde setembro de 1996 nas cidades de Caçapava, Campos do Jordão, São José dos Campos e Taubaté. Em janeiro de 2019, o preço médio da cesta nas quatro cidades foi de R$ 1.600,64 tendo um aumento de + 1,74% em relação ao mês dezembro que foi de R$ 1,573.17. Esta variação positiva está um pouco superior a verificada no mês anterior (dezembro) que foi de + 1,54%.
A Tabela 1 apresenta os preços da Cesta Básica Familiar das cidades do Vale do Paraíba e suas variações no mês de janeiro de 2019 comparado ao mês de dezembro de 2018. Em todas as cidades pesquisadas ocorreram aumento nos preços da cesta, sendo todas elas com variações muito semelhantes.
No mês de janeiro de 2019 a cidade de São Jose dos Campos se mantém como a cidade que teve o maior preço da cesta básica (R$ 1.610,17) e Caçapava foi a cidade que apresentou menor preço (R$ 1.582,20). A diferença da variação percentual dos preços entre as cidades de menor e maior preço em janeiro foi de 1,76%, superior ao verificado no mês de dezembro de 2018, que foi de + 0,90%.
A Tabela 2 apresenta o comprometimento dos cinco salários mínimos na aquisição da Cesta Básica Familiar, nas cidades pesquisadas e a média do Vale do Paraíba, bem como à disponibilidade financeira para outras despesas. O custo médio da cesta básica recomendada para uma família com 5 pessoas e renda mensal de até 5 salários mínimos vigentes em janeiro de 2019 que foi de R$ 4.990,00, representou, em média 32,07% da renda total. Este percentual ficou um pouco abaixo dos 32,98% verificado no mês de dezembro de 2018 para aquisição da cesta básica.
Deste modo, mesmo com o valor para aquisição da cesta básica em janeiro tenha sido R$ 1.600,64 superior ao valor de dezembro que foi de R$ 1.573,17 a disponibilidade da renda total para outras despesas foi superior em 6,02% comparado ao mês de dezembro que foi de R$ 3.196,83, contra R$ 3.389,37 em janeiro. O motivo deve-se ao reajuste anual do salário mínimo que começou em janeiro, saindo de R$ 954,00 no mês de dezembro de 2018 para R$ 998,00 em janeiro. O acréscimo verificado aumenta a disponibilidade da renda para outras despesas, como transporte, saúde, educação, lazer etc.
A Tabela 3 apresenta os itens da cesta, assim como o peso ponderado dos três grupos de produtos. O item alimentação foi responsável por 88,38% do valor da cesta, o item higiene pessoal (6,59%) e, o item limpeza doméstica (5,03%). Na comparação de janeiro com o mês de dezembro todos os grupos de produtos apresentaram aumento médio nos preços, sendo o item higiene pessoal o que mais se destacou com variação média de + 4,13%.
Comparando os preços médios de janeiro de 2019 em relação aos de dezembro de 2018, dos 32 produtos de alimentação pesquisados, 21 apresentaram aumentos e 11 reduções. Dos 5 produtos do item higiene pessoal 4 apresentaram aumentos e, somente 1 redução. Em relação aos 7 produtos de limpeza doméstica 3 tiveram aumentos e 4 reduções.
A Tabela 4 aponta o comportamento dos preços dos principais produtos pesquisados na região. Os produtos que apresentaram maiores altas no Vale do Paraíba foram: cenoura (+ 35,13%), abobrinha (17,47%) e feijão (+ 16,69%). Do lado dos produtos que registraram as maiores reduções foram: tomate (- 11,12%), ovos (- 3,80%) e queijo (- 3,66%).
A Tabela 5 apresenta a variação nos preços da cesta básica nos últimos 12 meses. Em janeiro de 2019 ocorreu aumento de + 1,74%, começando o ano com variação positiva dos preços.
PRODUTOS QUE APRESENTARAM ALTA NOS PREÇOS
A demanda menos aquecida, no início do ano, para alguns produtos e, as variações expressivas nos níveis de chuvas e nas temperaturas, prejudicaram algumas culturas que tem peso significativa na cesta básica, como os frutos e legumes. Os principais produtos que sofreram variações em seu comportamento de preços assim como alguns motivadores seguem abaixo.
Cenoura (+ 35,13%)
A variação positiva dos preços ainda é consequência de problemas fitossanitários, principalmente pelas “pintas”, devido ao calor e às chuvas. A doença é ocasionada por fungos, que aparecem por causa da alta temperatura e umidade, prejudicando assim a produção nas lavouras.
Feijão (+ 19,54%)
As constantes quedas na produção (menor oferta) desde o ano passado têm feito os preços subirem desde os últimos três meses do ano. O principal motivador para queda na oferta tem sido o excesso de chuvas.
Abobrinha (+ 17,47%)
Com o fim da safra que foi muito boa para o final do ano, a oferta ficou reduzida e os preços voltaram a subir.
Banana (+ 7,30%)
O excesso de chuvas e as altas temperaturas reduziram a oferta do produto no mês de janeiro contribuindo para o aumento nos preços.
Batata (+ 6,87%)
Esta alta dos preços pode ser justificada pela menor oferta atual, em decorrência da redução de área cultivada e do clima menos propício ao cultivo.
PRODUTOS QUE APRESENTARAM BAIXA NOS PREÇOS
Tomate (– 11,12%)
A queda nos preços do tomate neste início de ano deve-se ao excedente de oferta, em função das elevadas temperaturas que estão acelerando a maturação dos frutos, e também à concentração da safra de verão. Nestas condições climáticas, é comum o descarte devido o clima quente acelerar a maturação e gerar excesso de produção (oferta).
Farinha de Mandioca (– 6,30 %)
Maior oferta de mandioca com a chegada de uma nova colheita.
Ovos (- 3,80 %)
Aumento da oferta de ovos no verão.
Queijo (- 3,66 %)
Maior oferta de leite no verão que contribui para a redução nos custos de produção dos queijos.