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quinta-feira 28 novembro 2024
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Prática mediúnica

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador
É conveniente a uma equipe mediúnica realizar estudos doutrinários nos minutos que antecedem a sessão mediúnica?
Estudar a Doutrina Espírita é prática recomendada por inúmeros autores, inclusive o Espírito de Verdade, de quem é comum ouvirmos no meio espírita esta conhecida recomendação: “Espíritas, amai-vos; este o primeiro ensinamento. Instruí-vos, este o segundo”.
O ideal, porém, é que o estudo seja feito em outro horário, e não como parte integrante da reunião. No horário reservado à sessão mediúnica, por motivos óbvios, a leitura deve observar o que André Luiz recomenda no livro “Desobsessão”, evitando-se aí duas coisas: a leitura de obras técnicas e comentários sobre a leitura feita. Os livros sugeridos por André são o Evangelho, o Livro dos Espíritos e uma obra de comentário dos ensinamentos espíritas, como os livros “Pão Nosso” e “Vinha de Luz”, de Emmanuel, ou algo equivalente, fazendo-se a leitura pausadamente, mas sem aditar-lhe nenhum comentário.
Sobre a importância do livro “Desobsessão” para o aprimoramento das reuniões mediúnicas espíritas em nosso país, basta ler seu prefácio, assinado por Emmanuel, ou a carta que Chico Xavier dirigiu ao presidente da FEB, inserta em “Testemunhos de Chico Xavier”, p. 406 e seguintes, de Suely Caldas Schubert.
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Há perigos quando um médium deixa de trabalhar na área da mediunidade?
O assunto é examinado por Divaldo Franco no livro Diretrizes de Segurança (Editora Frater, 3a edição, questão 26), em que ele explica que a mediunidade apresenta-se nas pessoas como sendo uma aptidão. Se essa aptidão não for convenientemente educada e canalizada para a finalidade a que se destina, os resultados não serão os desejados e o médium que abandonou a tarefa enfrentará os efeitos consequentes do desprezo a que sua faculdade ficou relegada. Evidentemente, a faculdade mediúnica não desaparece e a pessoa continua médium, mas, não a dirigindo para a finalidade nobre, passa a ser conduzida por entidades invigilantes, no rumo do desequilíbrio. Enquanto se mantiver no exercício correto de suas funções, encontrar-se-á sob o amparo de entidades responsáveis. No momento em que inclinar a mente e o comportamento para outras atividades, transferir-se-á de sintonia, e aqueles com os quais vai manter o contato psíquico poderão, em face do seu teor vibratório inferior, produzir-lhe danos. Feitas tais considerações, Divaldo Franco lembra que a mediunidade é um compromisso para toda a vida e não apenas para um determinado período de tempo.
Evidentemente, há pessoas que não podem exercer a faculdade mediúnica por terem passado a residir em locais onde não existam centros ou grupos espíritas. Mas, em tais casos, o médium poderá, se quiser, direcionar suas forças medianímicas para outras atividades igualmente nobres, como a evangelização da criança, os passes magnéticos, o socorro e o atendimento dos necessitados encarnados, até que lhe surja oportunidade de retomar a tarefa momentaneamente interrompida.
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Como podemos saber se somos ou não dotados de faculdade mediúnica?
O assunto foi tratado por Allan Kardec em sua obra O Livro dos Médiuns, item 200, e o Codificador do Espiritismo foi ali bem claro: Não existe um diagnóstico para sabermos se alguém é médium. Os sinais físicos pelos quais algumas pessoas julgaram ver indícios não têm nada de certo. A faculdade mediúnica se encontra nas crianças e nos velhos, nos homens e nas mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde ou seu grau de desenvolvimento intelectual e moral. Não há senão um meio de verificar se a faculdade existe: é experimentar.
Evidentemente, como sabemos que Kardec sempre recomendou que comecemos pela teoria, é importante que a pessoa estude primeiro a Doutrina Espírita e se inicie nas atividades de auxílio ao próximo. A faculdade mediúnica lhe despontará, então, naturalmente, se essa tarefa estiver prevista em sua programação reencarnatória.
A propósito do estudo da doutrina é bom também que lembremos a advertência feita por Kardec na Introdução d´O Livro dos Médiuns: “Estas duas obras [ele se refere aí ao Livro dos Espíritos e ao Livro dos Médiuns], se bem que a segunda constitua seguimento da primeira, são, até certo ponto, independentes uma da outra. Mas, a quem quer que deseje tratar seriamente da matéria, diremos que primeiro leia O Livro dos Espíritos, porque contém princípios básicos, sem os quais algumas partes deste se tornariam talvez dificilmente compreensíveis”.