Eu, Glaucia Moraes, sou doadora de sangue, acho esse gesto humanitário, que não agride a saúde e só faz bem. Agora, a burocracia do processo até chegar na doação mesmo, precisa melhorar e muito.
Não é só ter um local bonito para receber as pessoas, que chegam para doar, se as informações chocam e são contraditórias.
Vou relatar o que aconteceu comigo. Passei por uma situação muito desconfortante e desmotivadora. Pois uma simples informação incorreta ou incompleta gerou um imbróglio.
Na segunda-feira, dia 13, de novembro, por volta de 9h, fui ao Hemocentro-Taubaté, que fica no bairro Jardim das Nações, um bairro nobre de Taubaté, recebida e encaminhada, com uma senha, para o local de espera. E depois de um tempo, quando chegou minha vez, o atendente disse, que eu não poderia doar com o e-título, que tem foto e é digital. Fui embora.
Não satisfeita, e com raiva porque tinha o propósito de doar naquela semana. Entrei imediatamente, em conversa com a sede do Hemocentro RP- em Ribeirão Preto, on-line, de onde partiu o convite para que eu voltasse a doar, e assim foi uma longa conversa. Remarquei pelo site, que foi rápido e fácil para o agendamento, no dia 16, quinta-feira, às 14:40h.
E quando cheguei o atendimento foi o mesmo. Expliquei toda a minha situação, o porquê de doar naquela semana, o documento apresentado, que é sim oficial. Eu estou ciente, pois quem doa, sabe que não é só chegar e ir doando. Sei de todos os tramites e segurança que são necessários para dar a lisura ao processo. Mas o atendimento foi frio e gerou um incomodo, falei que ia levantar e que ela poderia tirar meu nome da lista de doadora. Pois era brincadeira o que estava acontecendo. Teve ligações para superiores, teve conversa on-line com a sede, teve de tudo, pois eu não estava errada e se fosse embora, não voltaria.
Até que consegui provar, que eu era eu, e que estava ali de boa vontade. O que me deixou indignada foi que, em nenhum local cita que e-título não vale como documento. Nem nos folhetos informativo deles. Depois de uma canseira e tanta conversa, me encaminharam para os passos seguintes, e quando eu já estava doando, fui abordada pela assessora de Comunicação, que me passou folhetos e se apresentou. Nesse momento falei que iria fazer essa matéria e toda minha consternação não poderia ser em vão, para que outras pessoas não passem pelo que passei.
Ser doador não é fácil, a gente se depara com muitas barreiras, com a desinformação, o conflito interno, entre outras coisas que podem te impedir e até desmotivar. Mas eu não desisti e segui até conseguir o meu objetivo, que era doar. Acho que falta mais estrutura humana para tratar o outro. A minha situação era tão simples, e poderia ser administrada de outra maneira.
Para quem chegou até aqui, esse foi um desabafo registrado, e que espero que melhore a situação para nós mesmos, os doadores.
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Glaucia Moraes é jornalista e Artista Plástica